Todos nós estamos estupefatos com tantos e novos escândalos que são diariamente descortinados pelos órgãos de controle, Ministério Público e Polícia Federal, e divulgados à exaustão pelos meios de comunicação, inclusive, este espaço.
Agora, pasmem, a Presidente da República, Dilma Rousseff, determinou a suas Ministras Ideli “Lanchas da Pesca” Salvatti e Miriam “Viúva do Celso Daniel” Belchior, respectivamente, da Coordenação Política e Planejamento, que buscassem junto aos lideres dos partidos governistas apoio para aprovar um Projeto de Lei, que flexibilizaria, também, as obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.
É uma repetição da Lei Federal 12.462/2011, o Regime Diferenciado de Contratação, que foi aprovado com a argumentação de que seria um instrumento ágil e eficaz para as contratações dos eventos de impacto mundial que o Brasil organizará nos próximos anos, As Copas das Confederações, Mundial e Olimpíadas. Com muita polêmica e contestação passou, afinal havia pouco tempo para tantas obras.
O Procurador Geral da República, Dr. Roberto Gurgel, protocolou na oportunidade no Supremo Tribunal Federal a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4655, com trinta e cinco laudas de argumentações constitucionais contra o tal RDC, ainda sem julgamento no STF.
Convenhamos, a nossa Presidente esta aí, bombando no cenário internacional, sendo destacada como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo, pela revista TIME, e agora recentemente foi elogiada pela Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, como parceira ideal nesse esforço mundial contra a corrupção e na promoção da transparência na gestão pública, que está sendo buscado sob a liderança do Governo Americano.
Ora Senhora Dilma Rousseff, todos sabem que com a atual Lei das Licitações, a velha 8666, já acontecia e acontecem todas essas barbaridades, imagine flexibilizando-a, como é a sua proposta, a sua intenção? Afinal, qual a verdadeira Dilma, a que dois dias atrás assumia solenemente compromisso com a transparência ou a que hoje, na surdina, manda suas emissárias buscarem apoio para institucionalizar o desvio de recursos públicos, abrindo a porta para descontroles generalizados.
Poxa, aí estão sendo expostas as relações da DELTA, a gigante e preferida dos governos instalados na República, com todo o catalogo disponível em superfaturamentos, sobre preços, falsificações e irregularidades. Será que o compromisso da nossa Presidente com a comunidade internacional, através da Hillary Clinton, é só “para americano ver”, tal qual a Lei promulgada em 1831, por Dom Pedro II. Da larva do Regente Feijó, declarava livres todos os africanos desembarcados em portos brasileiros desde aquele ano, por pressão dos ingleses, dos quais éramos dependentes. No entanto, lá como agora, o sentimento que se apossa do colunista é de que a Presidente assumiu um compromisso com o qual não esta nem um pouco comprometida. Há 181 anos, foi cunhada a expressão “só para inglês ver”, utilizada desde então para definir compromissos e leis que só existem no papel, apenas para manter as aparências. Serão coincidências ou similaridades? A conclusão é de cada um dos leitores.
Nós latinos, emotivos e emocionais, quase sempre usamos a palavra saudade para expressar perda, dor e lamento. Todos conhecem e até recitam: “Oh que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais. Que amor, que sonhos, que flores; Naquelas tardes fagueiras à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais...”, poema “Meus oito anos”, do grande Casimiro de Abreu (1837/1869).
Esta palavra, tão cara para todos nós só existe em dois idiomas, no português e no galego, e provem do latim “solitáte”, que significa solidão. Quantos poemas, canções e obras literárias têm como argumento e inspiração a velha e sempre objetiva e conclusiva, saudade.
Esta expressão “Saudades Boas”, titulo do presente artigo, comecei a usá-la em 2007, para denominar o que sentia pelo afastamento do meu filho Pedro Alberto, então residindo e estudando na Alemanha, dentro de um intercâmbio cultural. Bem jovem, pela primeira vez se afastava da família por tanto tempo e para lugar tão distante.
A angústia e preocupação, inerentes a todos os pais, pelo contato com civilização e idioma diferentes, ainda pela perspectiva de contrair uma doença ou ser vitima de algum ato de violência ou acidente. Todos esses cenários passavam pela minha mente, só que não podia transparecer para o filho, com certeza carregado de preocupações, ao contrário tinha que transmitir-lhe segurança e tranqüilidade para a missão que se impôs.
Foi um período inesquecivelmente rico tanto para ele que descortinou novas perspectivas de vida com para mim que o tive mais próximo do que nunca, utilizando essa maravilhosa ferramenta que é o MSN/Internet, onde criamos canais de conversações e negociações, sem a possibilidade do curto circuito da palavra dita, que não retorna e às vezes causa-nos tantos danos e perdas relacionais. Ah, no MSN digitamos para depois enviar, são dois tempos, duas oportunidades para rever o escrito e corrigi-lo, amenizá-lo, educá-lo.
Creio ser de fundamental importância não estigmatizarmos palavras e expressões que são de per si duras e pesadas, como dor, saudade, sacrifício ou morte. Podemos amenizar os efeitos que elas carregam só pelo nome, com saudade creio ter conseguido, tente você também.
Não procurei saber os motivos que levaram os pais do Senador Demóstenes Torres em escolher o nome do grande Orador ateniense para o filho, pode ser pura coincidência, mas a carreira do Professor, Advogado, Delegado de Policia, Promotor e Procurador de Justiça, Secretário Estadual de Segurança Pública e por duas vezes eleito Senador da República, confunde-se com o homônimo que teve carreira também brilhante, só que há 2.396 anos, na Grécia.
O grego, como registrado em seus famosos discursos, sabia temperar a veemência e a paixão com a lógica e a argumentação apropriada, a cólera, a ironia o sarcasmo e a reprovação eram representados com enorme destreza. “Ele pensava, sentia e a palavra saia”, conclui sobre ele o grande escritor e teólogo francês Fenelon. O Senador Demóstenes Torres, fruto da sua atuação até pouco tempo atrás, foi considerado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP, o segundo melhor Senador da República e o parlamentar que mais combateu a corrupção entre os 594 componentes do Congresso Nacional, além de ter o registro histórico da maior produção de relatórios e proposições dos 183 anos do Senado, com mais de 1.000 trabalhos. Também neste aspecto, felizes coincidências, entre os Demóstenes, o grego e o goiano.
Infelizmente, este articulista que era de há muito, além de correligionário do Democratas, fã orgulhoso da sua trajetória e performance política, que lhe apontavam como alternativa à Presidência da República em 2014, encontra-se, neste momento, prostrado, estupefato, decepcionado e frustrado com todas essas revelações que destroem, como se um castelo de areia fosse, as esperanças que depositávamos nessa liderança.
O grande Millôr Fernandes, morto recentemente, disse: “Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem”, me serve como consolo, já que jamais tive qualquer contato pessoal ou eletrônico com o Senador. Lembrei que à época do “Caçador de Marajás”, Fernando Collor de Mello, eleito Presidente da República em 1989, com propostas similares, fui ao seu encontro com outros correligionários em comício realizado lá em Jaguarão. Que acerto, pareceu até premonição, só o espetáculo pirotécnico realizado por helicópteros com vôos rasantes sobre as margens do rio e o apelo demagógico da sua fala, me levaram a não acompanhar meus companheiros do PFL gaúcho e optar por Mário Covas, derrotado no primeiro turno. Collor enfrentou Lula no segundo turno e o venceu, e deu no que deu.
Sou reconhecidamente um cético, às vezes impertinente na busca da transparência e do perfeito entendimento ao que vou chancelar com meu apoio, mas nesta do Senador Demóstenes Torres, fui, como a maioria dos brasileiros, pego de “calças nas mãos”. Tenho refletido muito sobre isso tudo, tentando buscar, explicações, responsáveis ou culpados. Seríamos todos bobões, já que não existem políticos honestos? Não, em absoluto, os políticos tais quais outros profissionais refletem o povo, são um corte longitudinal na sociedade, onde todas as facetas estão representadas.
Não ficarei e nem os deixarei sem uma linha de raciocínio razoável, palatável. Fui buscar quando tivemos conhecimento da existência desse tal Carlinhos Cachoeira, contraventor denominado de empresário, e como começaram a ser descortinadas pela imprensa as suas relações suspeitas com governantes e dirigentes de órgãos estatais. Foi em fevereiro de 2004, quando Cachoeira liberou uma fita, gravada com uma câmera oculta em 2002, onde aparece sendo subornado por Waldomiro Diniz, o sempre vinculado ao Ex-Ministro Chefe da Casa Civil, do Governo Lula, José Dirceu, o idealizador e operador do maior escândalo político contemporâneo o “Mensalão do PT”. Esse episódio ganhou notoriedade quando da “CPI dos Correios”, onde foi amplamente divulgado, tornando-se o inicio do processo que terminou na demissão de José Dirceu, em junho de 2005. Não vou colocar o Carlinhos Cachoeira, muito menos o Demóstenes no colo petista, em absoluto, cada um administra seus porcos. Mas não é no mínimo estranho que o Ministério Público, o Judiciário e a própria Policia Federal, já não estivessem desde então acompanhando os passos desse criminoso? Como justificar que o Senado da República, casa onde Demóstenes é Senador há nove anos, nada tenha transparecido dessas relações entre o Contraventor e o Parlamentar, tanto que dias atrás quando foram publicizadas provas das centenas de ligações telefônicas entre os dois e outros interlocutores, nada menos que 46 excelências, das noventa e uma que fazem parte do Senado, utilizaram os microfones para desagravar o colega.
Não sei como terminará mais este escândalo, que ganhou toda essa dimensão mais pela surpresa do protagonista, até então paladino da moral e da verdade, já que o até aqui levantado o classifica, dentro do Corruptômetro, como de médio alcance. Mas da minha parte recomendaria ao Senador que utilizasse os benefícios da “delação premiada” e promovesse a faxina que todos desejamos e renunciasse ao cargo para o qual foi eleito e não resistiu honrar. Deveria, ao mesmo tempo, pedir desculpas a cidadania brasileira pela explicação infeliz que deu ao ser pilhado na relação, como: “Amizade por questão de caráter”, caráter é outra coisa Senador.
Da minha parte, ao contrário do que fiz quando do evento Collor de Mello, me afastando da política, retomarei, com mais garra e entusiasmo a atividade de protagonista político, é uma obrigação, é um dever.
Respeitando as posições religiosas com relação a pratica da cremação, não restam dúvidas de que a incineração de um cadáver até reduzi-lo a cinzas é sob todos os pontos de vista a melhor solução para o destino dos mortos.
Temos os aspectos relacionados ao meio ambiente, a higiene, a saúde e até econômicos para defender essa prática, que é uma das mais antigas usadas pelo homem, com registros milenares da sua utilização, remontando a idade da pedra.
O fogo era considerado um Deus, e a partir dessa crença os povos acreditavam no seu poder de purificação, na proteção que exercia sobre o corpo contra os maus espíritos.
Para os gregos e romanos a cremação era considerada um destino nobre aos mortos, e o sepultamento, nos nossos moldes, era reservado apenas para os indignos e criminosos.
No Japão a prática é utilizada desde o advento do Budismo, há quase 1.500 anos, sob argumento de ser uma forma eficaz de controle de doenças e também pela racionalização do uso do solo, diminuto no país.
Feito este breve histórico sobre o tema, vamos refletir sobre quais motivos levam o Brasil a andar na contramão de outras nações, dando-nos o titulo de campeões em números de sepulturas e cemitérios, e porque a cremação não se populariza?
O primeiro aspecto a se considerar é o posicionamento da Igreja Católica, predominante no Brasil, que apesar de admitir a prática, desde que não for feita com a intenção materialista da negação da ressurreição dos corpos. Observem que só em 1963 o Vaticano reconheceu, em documento oficial, a cremação como prática de sepultamento, onde o ritual de despedida inclui o procedimento.
Mas não quero o debate religioso, quero registrar e neste tópico sim buscar discussão e reflexão, que apesar de todos os benefícios advindos com a cremação conforme expus acima, a prática continua sendo elitista, reservada aos economicamente mais privilegiados, pelo alto custo e poucos serviços colocados a disposição dos consumidores.
A resolução dessa equação deve ser buscada por nossas representações políticas, já que pelo cenário atual, restam aos pobres as despesas com funerais, incluindo até o badalar do sino, bem como se manterem “ad perpetuam” inquilinos do cemitérios, já que os jazigos perpétuos também são para poucos.
Em nome da natureza e da democratização da morte, clama-se por crematórios para todos, em locais e com preços mais acessíveis.
Ah! Como seria bom se pudéssemos definir onde nossas cinzas seriam jogadas, livrar nossos sucessores dessa trabalheira e despesas infindáveis sob o argumento de preservação da memória. Termos acesso, tal qual nosso ídolos a essa distinção, como o imortal Chico Anysio, que em testamento expressou que metade de suas cinzas fossem espalhadas em Maranguape-CE, sua terra natal, e a outra metade nos estúdios PROJAC, da Rede Globo.
Da minha parte, por enquanto, expresso que gostaria que minhas cinzas fossem lançadas de helicóptero, se as finanças permitirem, sobre a minha querida Cidade do Rio Grande/RS.
Vivemos a ebulição própria de um ano eleitoral, onde todas as possibilidades são cogitadas e, considerando o sistema político vigente quase tudo é possível, valem mais os interesses pessoais e de grupos, ficando num segundo plano os projetos e propostas.
Dentro desse cenário, observando a situação política da nossa Cidade do Rio Grande, onde não temos a perspectiva de segundo turno, as negociações desenvolvem-se num troca-troca de cargos, chegando ao cumulo de alguns partidos abdicarem de qualquer ideologia ou programa de governo, resumindo-se na pequenez da indicação de Vice-Prefeito, cargo que não está em disputa, tendo em vista estar vinculado ao do Prefeito.
Pois bem, o Partido dos Trabalhadores, desde o seu Manifesto de 10 de fevereiro de 1980, foi a única e grande novidade na política brasileira, assumindo compromissos com muita rigidez, acabando por caracterizar-se como uma agremiação sectária e radical, condição que vem se transmudando ao longo do tempo, especialmente após a assunção ao poder.
Muitos vêem esse pragmatismo e flexibilização, que hoje são marcas do PT, como avanço e condição para poder governar, discordo, creio que falta sinceridade a alguns petistas para fazer e dizer o que disse FHC, em situação similar: “Esqueçam tudo o que disse”.
Como entender e justificar esse arco de alianças fisiológico que administra o Brasil, onde tem bancada de todo o tipo e interesse, da extrema direita à extrema esquerda, se é que esses parâmetros ainda sobrevivem; onde são enxergadas mais as soluções do que os impedimentos, bem dentro da máxima de Maquiavel, onde os fins justificam os meios.
Tempos atrás, em conversa com lideranças petistas, fui inquirido sobre como víamos a possibilidade de uma aproximação política, afirmei-lhes que da minha parte, apesar de liberal, nada a opor, por entender que as discussões, respeitando as ideologias, podem avançar em termos programáticos, onde existem inúmeras convergências. Mas argumentei que existia um impedimento, a primeira vista desconhecido por meus interlocutores, fixado por uma resolução aprovada no Quarto Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores, datada de 4 de setembro de 2011, que determina: “Como já foi dito, mas vale enfatizar, nosso objetivo é ampliar fortemente a presença do PT e seus aliados no comando dos municípios brasileiros e nas Câmaras de Vereadores (as), especialmente as capitais e as cidades com mais de 150 mil eleitores. Nossos adversários serão as agremiações que representam o bloco conservador, formado pelo PSDB, pelo DEM e o PPS, com os quais não faremos chapas”.
Esta é a história, este é o PT, partido que chega aos 32 anos ainda preconceituoso e imaginando-se acima do bem e do mal, com se vestal fosse. Segue a vida, a política é dinâmica, desejo que o eleitorado em geral esteja atento ao “canto da sereia”, onde o eleitor só vale pelo voto e no dia da eleição. Depois, bem ai é depois...
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.