O Brasil vive momentos de grande turbulência na área da educação superior, em que pese a democratização nos acessos viabilizados através dos programas sociais como o ENEM, SISU, FIES, PROUNI e outros. As constantes denuncias de irregularidades nesses processos motivam descrédito e desesperança no meio dos candidatos, além de não atenderem a demanda crescente por vagas.
Todas essas circunstâncias vem criando oportunidades para a proliferação e crescimento das instituições ou empresas privadas de ensino superior, que hoje já são responsáveis por mais de 80% das matriculas no país.
Nesta região, sul do RS, visando atender esse crescente nicho, surgiram, através da Sociedade Educacional Noiva do Mar Ltda, as Faculdade Atlântico Sul, com unidades em Rio Grande e Pelotas. Idealizadas pelos Professores Luiz Arthur Dornelles e Carlos dos Santos Valério, as Faculdades granjearam a simpatia e confiança do alunado, fruto de um compromisso inarredável com a qualidade do ensino, tanto que conseguiram sucessivas avaliações positivas do MEC.
Essa performance, crê o articulista, deve ter chamado a atenção das grandes organizações educacionais do país, tanto que em 2007 a empresa gaúcha foi adquirida pela Anhanguera Educacional Participações S.A., a maior rede de ensino superior do Brasil.
Até aí tudo bem, só que neste final de ano de 2011, a comunidade educacional foi surpreendida com o anúncio da demissão de vários professores, particularmente os com titulo de mestrado, fato que ocorreu em outras unidades do mesmo grupo empresarial, gerando protestos pelo país afora.
Sabemos que as universidades precisam ter no mínimo 1/3 de professores com mestrado ou doutorado, embora valha um entendimento de que a porcentagem diz respeito ao número de docentes, não a quantidade de aulas dadas, e que isso deverá continuar sendo atendido. Não obstante, registro que tais procedimentos, após avaliações qualificadoras do MEC, causam, no mínimo, um tremendo mal estar entre os que cursam ou poderão a vir cursar na Anhanguera, pois cheiram a decisão de fundo meramente negocial, descomprometida com a qualidade do ensino e serviços prestados.
Embora ainda não tenhamos cenários mais definitivos, visto que essas mudanças estão em andamento, entendemos ser de bom alvitre registrar a perplexidade, apreensão e até frustração que nota-se na comunidade universitária da Anhanguera, que chegou à região e consolidou-se rapidamente, em função da história e retrospecto das Faculdades Atlântico Sul,status este que só será confirmado pela continuidade dos procedimentos e compromissos até então cumpridos.
Saibam os Senhores Dirigentes da Anhanguera, que estamos todos preocupados, esperando ainda o devido esclarecimento dos fatos ocorridos bem como transparência na informação dos objetivos pretendidos, reafirmando, no entanto nosso propósito de continuarmos vigilantes, esperançosos que o ditame cunhado na missão da empresa: “Promover ensino de forma eficiente, com o grau de qualidade necessário...”, seja revisto, é pouco para os nossos padrões de exigência.
O futebol e o carnaval são as maiores paixões do povo brasileiro, deveriam merecer as maiores atenções das nossas representações.
Infelizmente, sempre ressalvando as exceções, temos tanto num quanto no outro segmento, a predominância de questões e influências negativas, muitas com relação muito próxima às contravenções e aos crimes.
Recentemente o povo brasileiro sonhou com a conquista de mais um título mundial de futebol, representado pelo Santos Futebol Clube, detentor dos atletas mais promissores, valorosos e talentosos do Brasil, fomos para a final da Copa do Mundo de clubes FIFA enfrentando o Barcelona, campeão Europeu.
Fracassamos rotundamente, o Barcelona igualou, no campo, o Santos ao Al-Sadd, do Qatar, motivando o grande Johan Cruyff a definir a partida como histórica, onde pela primeira vez um time brasileiro levou um banho de bola, o que concordo em gênero, grau e número.
Neymar, o maior jogar brasileiro da atualidade, antes do jogo advertia os espanhóis, dizendo que o bicho ia pegar, logo após a partida, estonteado pela refrega, mudou o discurso afirmando: “Hoje aprendemos a jogar futebol”, equivocou-se mais uma vez o jovem talento, o futebol brasileiro continua sendo melhor do mundo, só não somos profissionais.
Vamos fazer às vezes de comentarista de futebol, legitimado por adorar e praticar o esporte, faltou ao Santos um técnico que tivesse humildade de reconhecer a força do adversário e preparasse a equipe para minimizar a “posse de bola” da equipe catalã, o que se viu foi um atabalhoado, acovardado, sem alma. Fosse eu o presidente do clube demitiria, ainda no Japão, o Sr. Muricy Ramalho, responsável maior pelo fracasso brasileiro, considerando que esta foi a pior das derrotas, sem qualquer resistência, sem briga, sem luta, no melhor sentido do termo.
Os nossos queridos leitores devem estar pensando, o Alfaro sempre vê nas coisas um viés político, até quando trata do futebol, é uma meia verdade, já que neste caso verifico, como em outros, a utilização da paixão como joguete pelos detentores do poder.
Explico: vendem a quatro ventos que temos o melhor futebol do mundo, trazem irresponsavelmente a Copa do Mundo para cá, a despeito de todas as carências e deficiências que temos em todas as áreas, sem transparência alguma e jogando no lixo a legislação existente, veja-se a Lei Geral da Copa.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, exemplo de gângster internacional, perpetua-se na posição só cuidando dos seus interesses pessoais e de seus asseclas, expondo o País a situações vexatórias internacionalmente. Nos clubes e federações, respeitando os raros bons exemplos, a situação é a mesma, onde dirigentes ocupam-se do “extrativismo-explorador”, sem qualquer compromisso com as categorias de base.
Alem de um choque de gestão o nosso tão querido e amado Futebol precisa urgentemente de um choque de moral. Mas quem irá começar essa faxina, se a nossa representação política está ocupada e comprometida com a manutenção dessa conjuntura. É uma pena!
Tenho constatado ao longo do tempo as dificuldades que os prefeitos municipais encontram para atender as demandas, cada vez mais crescentes, dos seus munícipes. A concentração dos recursos advindos dos impostos na esfera federal e a demora e falta de critérios para as suas distribuições fazem com que as administrações municipais sofram percalços cada vez maiores, já que o crescimento populacional não é acompanhado pelo retorno dessas contribuições.
Portanto, a escassez de recursos é fator determinante para a não consecução de inúmeras obras e o atendimento de serviços essenciais, como o saneamento básico, a saúde e a educação, entre outros. Até ai tudo se justifica e se explica pelo argumento singelo e real da falta de orçamento.
Não obstante, temos outros aspectos e circunstâncias, que apesar desses problemas elencados, poderiam ser mais bem encarados, geridos. São aquelas obrigações e responsabilidades que independem de recursos, são de gestão.
Óbvio que o modelo político não pode ser mudado, e nele encontramos a raiz de quase todas essas mazelas, vejam, por exemplo, a deturpação das atribuições e funções legislativas, limitadas a proliferação de legislações inócuas e repetitivas, com raríssimas intervenções na importante missão constitucional de fiscalizar.
Como em todos os municípios com menos de 200.000 eleitores, que representam 98,58% dos que terão eleições em 2012, não terão a possibilidade do segundo turno, os projetos eleitorais são carentes de um debate mais propositivo e técnico, firmam-se em promessas e pacotes de bondades. Ficam fora, infelizmente, aquelas ações que regulam a convivência entre as pessoas, que disciplinam as posturas, contrariam interesses.
Sempre tenho me posicionado contra os grandes acordos consensuais e a essas unanimidades interesseiras, que ao fim e ao cabo têm como objetivo acomodar os malfeitos ou tangenciar com a farta legislação que disciplina a convivência entre as pessoas.
Considerando que a proposta do artigo é tratar da necessidade imperiosa de que se promova um “Choque de Gestão” aqui na cidade do Rio Grande-RS, provocarei no “Nativa Debate” e no www.blogdoalfaro.com.br, além de outros espaços, o levantamento e a discussão de vários temas que dificultam a vida e até constrangem a cidadania e que são de razoável dificuldade de realização, basta querer. Fazer o que precisa ser feito, por mais óbvio que possa parecer, deve ser um compromisso da futura administração municipal, para isso estarei junto.
Com a descoberta do petróleo do pré-sal no ano de 2007, renasceu no Brasil a Indústria Naval, por conseguinte a cidade do Rio Grande foi escolhida para a criação e instalação de um Pólo Naval.
Com a materialização do projeto o otimismo tomou conta de toda a comunidade, estendendo-se regionalmente, considerando-se o grande período de estagnação e depressão, de há muito apontados pelos órgãos de pesquisa e acompanhamento econômico, chegando alguns segmentos próximos do êxtase.
Tenho saudado o desenvolvimento e o progresso que tal empreendimento proporcionará a nossa Cidade e a toda Região Sul do País. Não obstante, como cidadão e comunicador, tenho feito inúmeras observações e análises com relação ao “custo social” do Pólo Naval, tomando, inclusive, como parâmetro os efeitos desses surtos desenvolvimentistas em municípios do estado do Rio de Janeiro, onde esse fenômeno já ocorreu.
Sabemos que os predicados geográficos e estratégicos, compostos pela existência de portos naturais maravilhosos e a proximidade da Bacia de Pelotas, plataforma que se entende de Florianópolis até o Chuí, foram decisivos para a definição do local, contando é óbvio com a decisão e apoio do Governo Federal, coadjuvado, em tudo que lhes cabe, pela administração Estadual e Municipal.
Estamos, portanto tratando de um fato consumado, para o qual efetivamente não estávamos preparados, surgindo dessa carência alguns gargalos que constantemente tem me tirado o sono. Elenco, só para provocar uma ampla reflexão de toda a cidadania e autoridades, alguns itens que já começam a produzir conseqüências preocupantes: saúde, formação profissional, educação, habitação, transporte coletivo, mobilidade, segurança e saneamento.
Óbvio que outros aspectos igualmente relevantes poderiam ser apontados, mas para me limitar ao espaço deste artigo, falarei somente sobre um subitem da área da saúde, a disponibilização de leitos hospitalares.
A Organização Mundial da Saúde – OMS recomenda que para cada grupo de mil pessoas sejam oferecidos 4,5 leitos, considerando a população atual da Cidade do Rio Grande ser de 200.000 habitantes, deveríamos ter hoje 900 leitos hospitalares.
Segundo dados oficiais, considerando todos os hospitais existentes no Município, dispomos de 871 leitos, o que a principio atenderia a recomendação da OMS, mas considerando o caos regional verificado na saúde, além da população existentes, nosso sistema atende outras milhares de pessoas, vindas de outras cidades, na conhecida e triste “ambulâncioterapia”.
Levando em consideração esses números e admitindo como verdadeiras as previsões levantadas com relação ao crescimento populacional da Cidade, chega-se a uma constatação preocupante, precisamos imediatamente viabilizar a construção de um hospital, dentro desse universo de problemas, vamos propor que este seja o prioritário.
Recursos inexistem, todos sabem, mas e a tal “Responsabilidade Social”, onde está?
Pois bem, a Petrobrás, orgulho de todos os brasileiros, que só em 2010 capitalizou a fortuna de R$-127,4 bilhões e esta ranqueada entre as maiores empresas do mundo, deveria cumprir com um dos princípios elementares da “Responsabilidade Social” dos empreendedores, sejam eles privados ou públicos, que é o de retribuir e compensar as comunidade pelos efeitos incontroláveis causados pelos investimentos. Com a palavra a PETROBRÁS.
Vivemos momentos de grandes atribulações, compromissos, concorrências e percalços.
O Corre-corre endurece o coração das pessoas, faz com que cada um tente administrar e resolver o seu problema. A solidariedade e a gratidão, principais virtudes de um ser humano, são cada vez mais raras, escassas.
Independente desse turbilhão procuro estar aberto às emoções, dentro dessa perspectiva, dias atrás recebi um convite para o lançamento do livro: Anjo Desgarrado – Bastidores de uma vida abençoada, de autoria da Escritora riograndina Denise Bondan. Radicada com sua família no Rio de Janeiro.
Passados alguns dias li uma entrevista concedida pela autora ao Jornal Agora, novamente fui tocado por um sentimento muito profundo, que sempre se apodera de mim quando leio ou trato sobre pessoas especiais. Na reportagem, conhecemos o adorável Leonardo, portador de neuropatia, que mudou definitivamente a trajetória e a essência da vida dos seus pais e irmão.
Pelo que desprendi, a família aceitou o desafio, fundamentando tudo num amor incondicional, que aos poucos foi superando os obstáculos e colorindo suas vidas, deixando, com a partida do Leo, saudades boas, como gosto de dizer, a todos que conviveram e aprenderam com ele.
Sempre foi assim, talvez por ter filhos saudáveis, nessas ocasiões deixo aflorar a empatia e transfiro-me, de alma e coração, para o conjunto familiar que recebe essa imposição do universo, como diz Denise.
Recordei a saga do também escritor Cristovão Tezza, autor do premiadíssimo “Filho Eterno”, onde ele dilacera seu coração, e os nossos, confessando pensamentos, fraquezas e atitudes para com o seu Felipe, portador de síndrome de Down, chegando a adjetivá-lo, no seu desespero, de: “pacotinho suspirante” ou “pedra silenciosa no meio do caminho”.
Por último, registro a minha experiência mais próxima com esses seres especialíssimos, trata-se da minha convivência com o Fernando Taboada, o nosso “Nando”, irmão do meu querido enteado Vinicius Taboada, que com o seu protagonismo e particularidades, encanta aos seus amigos e familiares, mostrando a cada momento a importância das coisas simples e singelas.
O maior desafio que pretendo deixar neste artigo é o proposto por Gustave Flaubert, escritor Frances (1821-1880): “Devemos estar à altura do destino, portanto, impassíveis com ele”. As famílias Bondan Meireles, Tezza e Taboada, deixaram claro ser possível.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.