A jurista Eliana Calmon Alves é portadora de um magnífico currículo e de uma carreira como Procuradora da República e Juíza Federal, digna dos maiores elogios.
Ministra do Superior Tribunal de Justiça desde junho de 1999, foi alçada a função de Corregedora Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça, com mandato em vigência.
Ganhou exposição pública nacional recentemente, ao afirmar que: “existiam bandidos escondidos atrás da toga”, foi contestada pela AMB – Associação Nacional dos Magistrados e, também pelo Ministro Presidente de STF, Cezar Peluso, que andou intervindo em atribuições da Corregedora, ultrapassando suas prerrogativas de Presidente do CNJ.
Pois bem, o caldeirão da justiça ferve em altíssima temperatura, e a previsão é de que esquente cada vez mais, já que a sociedade tem se manifestada de acordo com as providências tomadas pela nobre Corregedora.
Defensora da atuação da magistratura de primeiro grau, a Ministra Eliana tem tido o Apoio desses Juízes, que promovem a Justiça pelo Brasil afora com todas as dificuldades possíveis, inclusive, com insegurança pessoal.
Tem afirmado que a aposentadoria compulsória concedida aos Juízes, quando com problemas de conduta não é uma pena, é uma benesse, um prêmio, argumenta que, nos últimos seis anos, 34 Juízes foram afastados por crime de corrupção, desvio de verbas e vendas de sentenças, sem qualquer prejuízo em seus vencimentos.
Reconhece que a missão é árdua, não obstante, tem demonstrado uma coragem e uma perseverança por acreditar que o Judiciário é o Poder menos comprometido com os “mal feitos”, e que qualquer problema nesta área a repercussão é muito maior.
Quer transparência em todas as áreas e instâncias da Justiça, já que a Constituição de 1988 ampliou as competências dos magistrados, que agora precisam ter uma visão mais ampla para interferir em políticas públicas e decidir demandas de massa.
Proponho que a cidadania, particularmente os formadores de opinião, aliem-se a essa brava e destemida baiana, que vem prestando um trabalho inestimável para todo o conjunto da sociedade, tão carente e ciosa de um serviço que é à base da democracia, a Justiça.
Que esta mulher de “faca na bota”, no dizer popular, comece a receber, através das redes sociais e do próprio CNJ, os subsídios e informações que possam consolidar o seu desiderato.
O polêmico e irreverente, jornalista, dramaturgo e escritor, Nelson Rodrigues, imortalizou a frase: “Toda a unanimidade é burra”. Os que me conhecem são testemunhas de que tenho como paradigmas, enquanto cidadão e comunicador: a reflexão, a criatividade, a discussão e a critica, daí a manutenção por dez anos ininterruptos de um programa de rádio, o Nativa Debate, onde, diariamente, promovemos debates acirrados e contundentes, sobre tudo.
Os feriados e as férias são conquistas dos trabalhadores e da solidificação da classe média, recordem que durante um século, a Revolução Industrial, obrigava os operários a jornadas de 16 horas de trabalho, baixos salários, sem folgas e fim de semana. O primeiro feriado só foi comemorado no fim do século 19, em comemoração a greve geral ocorrida em Chicago-EUA, em 1 de maio de 1886, que originou o Dia do Trabalhador.
Pois bem, o tema titulo deste artigo, o excessivo número de feriados, representa bem esse paradoxo entre o descanso proporcionado e o reflexo negativo na economia da nação e das pessoas.
Como empresário, que tem a responsabilidade de viabilizar negócios para a manutenção de dezenas de empregos, tenho me posicionado contra a política de definição e gestão dos feriados, considerando particularmente aqueles que são festejados nos meios de semana, que ensejam, por conseqüência, os “feriadões”, quase sempre demarcados oficiosamente por autoridades dos tres níveis da administração pública. Efetivamente, precisamos avaliar o custo-benefício de cada feriado no país, esse descontrole prejudica a produção e causa aumento de custos.
Internacionalmente, as férias, tanto quando os feriados, são objeto de discussão, na Alemanha a Chanceler Angela Merkel, chefe do governo, propõe: “Não há razões para desperdiçar as condições que permitiriam potenciar a produtividade do nosso pais em detrimento de um sobrecarregamento do calendário do trabalho semanal com feriados possíveis de encostar ao fim de semana”, num ataque direto aos feriadões.
Por aqui temos os feriados nacionais, estaduais e municipais, ainda os móveis, comerciais e os pontos facultativos e luto, tudo isso somado, dependendo da cidade, pode chegar a um mês sem trabalho, improdutivo, parado.
Convenhamos, num país onde se registram números tão significativos com relação às diferenças sociais; onde as necessidades básicas das pessoas não são atendidas; onde são contabilizados mais de 13 milhões de analfabetos, não seria hora de também revisarmos todo esse tempo colocado fora? Não tenho dúvidas, sou partidário de Teofrasto, filósofo grego (372-287 a.C.), que lapidou o seguinte conceito “Tempo custa caro”, a saída é por aí.
A maioria das pessoas não se sentem confortáveis em falar sobre a morte, por conseqüência todos os temas relacionados a ela, como o tradicional e histórico epitáfio, são cada vez mais raros.
Surgido da Grécia, o hábito de homenagear pessoas com frases escritas sobre as tumbas ou túmulos, o epitáfio, narrava feitos de grandes heróis, nobres e reis.
Posteriormente se popularizou e passou a ser utilizado para exaltar as qualidades das pessoas ou demonstração de sentimento pelo desaparecimento de entes queridos.
Pessoalmente, não tenho qualquer preconceito com relação à morte e os seus desdobramentos, simplesmente por ser a única certeza irremediável, da qual não temos como procrastinar. Inclusive, quando viajo a turismo, sempre que posso, dedico tempo para visitar cemitérios, admirar os trabalhos artísticos e a história ali contemplada.
Tive duas experiências com relação aos epitáfios, uma com relação a meu querido pai, Alberto Ireneo Alfaro, onde expressamos no mármore esse sentimento de saudade; outra com o meu saudoso tio e amigo, Dorimar Talayer, que me incumbiu em vida, de providenciar, o seu epitáfio, que abrilhanta esta coluna, de autoria dele próprio, e que já decora o jazigo de sua família em Santa Vitória do Palmar.
“Você idéia não faz
De quem foi Dorimar
Que aqui jaz
Sem dor, nem mar”.
Ainda sobre esse tema, me declaro pragmático, ou seja, trato-o dentro dos aspectos de utilidade e praticidade, sem desconsiderar e respeitando outras formas de manifestação ou sentimento.
Como ainda não estou definido com relação ao destino que deverão dar meus descendentes, aos meus restos mortais, com a perspectiva da cremação, penso colocar esse tema em pauta daqui a alguns anos, mais próximo do meu fim, segundo meu desejo, mas já começo a pensar de como desejaria ser lembrado. Se você, caro leitor, ainda não pensou sobre o assunto, e isto lhe traz alguma inquietação, como ocorre comigo, a sugestão é começar a pensar.
Estou usando e modificando o título de uma comédia escrita por Marcos Caruso, para falar sobre um tema comum a todos que se arriscam a assinar colunas, manter blogs e trabalhar com comunicação, o compromisso com os prazos e com os leitores.
Este articulista, por exemplo, tem coluna semanal na Folha Gaúcha e cuida o www.blogdoalfaro.com.br, espaços para os quais escreve artigos e crônicas com a intenção de ser atual, objetivo e diferente, e, principalmente, agradar os leitores.
Tenho conversado com colegas que têm esse mister, são unânimes, é uma verdadeira estiva, portanto muito mais dolorido e pesado que coçar-se.
Lembro de vários amigos que tem projeto de escrever um livro, alimentam esse sonho, e me perguntam sobre essa atividade, para muitos estressante, que é colocar no papel, materializar um pensamento, uma história, até uma tese. Digo-lhes, parafraseando o grande Repórter do NY Times e Escritor, Guy Talese, que: “Escrever é como dirigir um caminhão à noite, sem faróis, errando o caminho”, não com a intenção de desestimulá-los do projeto, mas para que tenham a verdadeira noção do caminho a percorrer.
A sabedoria popular diz que uma pessoa pode morrer em paz depois de ter completado a sua missão na terra, que é, simplesmente, plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Tive filhos o suficiente para a minha cota de responsabilidade com a manutenção da espécie, plantei árvores aquém das que consumi com papéis e assando churrascos e o livro de crônicas e artigos esta sendo ultimado para 2012, neste caso sem maiores dores, já vividas quando das suas criações.
Para mim esta missão já esta quase cumprida, lamento pela sorte dos leitores compulsórios de obras de amigos, que irremediavelmente são convocados a comprar e ler essas obras de ocasião.
Finalizando, recomendo a todos que tem vontade de inserirem-se no fascinante mundo das letras que leiam muito, que busquem estar de bem consigo mesmo, já que o mau humor e a infelicidade são os maiores adversários da inspiração e da criação. Ah, que sejam verdadeiros e corajosos na defesa das boas causas, pois a maior paga dos que são protagonistas da comunicação é a certeza do dever cumprido.
A região sul do estado do Rio Grande do Sul, em função da instalação do Pólo Naval, vive momentos de grande empolgação, fruto dos vultosos investimentos já alocados e da perspectiva de novos empreendimentos, que prevêem, por exemplo, um estaleiro em São José do Norte e outro aqui para a cidade do Rio Grande.
Entendo ser a oportunidade de recuperação da economia de toda a região, em depressão desde o inicio do século XX, não obstante, tenho uma grande preocupação com a falta de mão de obra especializada para atender as demandas e a inexistência de uma política para cobrir esses gargalos.
Instituições não faltam, iniciativas e recursos, pelo que divulgam, não são problema. Então, onde se concentraria essa preocupação?
Explico: Com todo esse marketing em torno da “redenção econômica”, da expectativa de dezenas de milhares de oportunidades de trabalho, são oferecidos a comunidade inúmeros cursos “profissionalizantes”, onde os conteúdos, pré-requisitos e carga horária, não se coadunam com a demanda existente.
Como sempre, nas ondas desenvolvimentistas surgem oportunidades para todos os segmentos, inclusive, aos “mercadores de ilusões”, que oferecem salários milionários, condicionados a determinados cursos, que não levam a lugar algum.
Falta uma coordenação que compatibilize de maneira séria os interesses dos profissionais da região às demandas das empresas que estão se instalando por aqui, com responsabilidade de fiscalizar, “com olhos de ver”, toda essa situação.
Temos Universidades/ Faculdades/Escolas Técnicas, públicas e privadas, além do SENAI e do SENAC, que ainda não estão dando conta de suas missões, constatação que faço por percepção de mercado e pelas reiteradas manifestações dos responsáveis por esses empreendimentos.
Somos pródigos em entidades representativas disso e daquilo e comissões improdutivas, que mais disputam espaços e beleza entre si, e pouco apresentam de concreto e permanente.
Creio ser a hora de o Executivo Municipal, que tanto tem se empenhado na prospecção e facilitação para essas iniciativas, buscar meios para equacionar essa questão, pois os habitantes da região não podem ficar como mero expectadores de todo esse espetáculo.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.