São crescentes na mídia as denúncias contra os “mal feitos”, neologismo criado pela Presidente Dilma, para denominar a velha e recorrente corrupção.
E ao contrário de outras oportunidades, são muito insípidos os movimentos populares de descontentamento e protesto contra o atual estágio das coisas.
Para se traçar um comparativo do nosso imobilismo, busco o caso do Chile, aonde os estudantes vêm protestando há cinco meses por educação pública gratuita e de qualidade, e conseguem mobilizar mais de cem mil pessoas. No Brasil, houve convocações de diversas entidades para protestos no último dia 12 de outubro, feriado nacional, em São Paulo 1.000 pessoas foram até a Avenida Paulista, e no Rio de Janeiro, tradicional “tambor nacional” apenas 2.000 pessoas dignaram-se a participar de protesto na orla de Copacabana.
Afinal, o que retém a voz das ruas, o que está faltando?
O presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, no dia da celebração da Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, tentou exortar os fiéis a se manifestar ativamente contra a corrupção, afirmando: “Quando não somos mais capazes de reagir e a nos indignar diante da corrupção, é porque nosso censo ético também ficou corrompido”, é dura a mensagem do Arcebispo de Aparecida, mas retrata o sentimento de boa parte da cidadania, inclusive, a do articulista.
Relembrem que quando das “Diretas Já” e do “Fora Collor”, esse mesmo que agora é Senador da base aliada do Governo Dilma, conseguimos mobilizar multidões, paradoxalmente, agora, com todas essas patifarias denunciadas em rede nacional, não se consegue mexer com os brios da população, apesar de contarmos com novos e eficientes mecanismos de comunicação como a internet.
Encontro algumas explicações para essa “anestesia moral”, a primeira é a melhora no padrão de vida de milhões de brasileiros e a sensação geral de otimismo, fruto de acertos nas políticas econômicas e sociais de FHC e Lula, que não os incentivam a protestar, mas a principal delas é a falta dos verdadeiros “guardiões da verdade”, os petistas, comprometidos até o último fio de cabelo com todo esse estado de coisas.
O PT, fiador da governabilidade, faz de tudo com todos, inclusive, inova criando mecanismos que constranjam qualquer iniciativa de mobilização contrária, como as “Patrulhas Virtuais”, que têm a missão de fazer propaganda e criticar a imprensa e os segmentos organizados que ousam denunciar os escândalos patrocinados ou aceitos pelo Governo Federal.
Os MAVs, núcleos de militância em ambientes virtuais, foram decididos no quarto congresso do Partido dos Trabalhadores, em setembro de 2011.
Como mobilizar a sociedade e os seus movimentos representativos se os “especialistas” nessas motivações têm interesses diversos dos nossos? Aí, está o grande desafio!
Embora não fosse um nome familiar à grande maioria das pessoas, apesar do seu trabalho ter alcançado notoriedade e repercussão universal, Steve Jobs não se popularizou como outras personagens internacionais, infelizmente, somente com a sua morte descortinou-se para todos nós uma vida intensa, totalmente dedicada à criação e a inovação tecnológica.
Walter Isaacson, autor de sua biografia autorizada, a ser publicada pela Companhia das Letras, apresentará ao mundo e a posteridade um gênio comparado a Thomas Edison e Henry Ford, que deixa um legado pelo que fez, e, com igual importância pelo que falou, pregou, ensinou.
Filho natural da terapeuta Joanne Schieble e do professor de ciência política, de origem síria, Abdulfattah Jandali, então jovens e estudantes, foi entregue a adoção pela mãe, desejosa que ele fosse criado por casal de formação universitária, fato que não se concretizou já que os que possuíam o perfil e estavam pré-selecionados haviam decidido que só aceitariam uma menina.
Com a recusa, os próximos da lista de espera, Paul e Clara Jobs, receberam um telefonema no meio da madrugada perguntando: “Temos um inesperado bebê masculino; vocês o querem?” Eles responderam: “É claro”, desconhecendo as condições impostas da mãe do menino.
Posteriormente, quando da assinatura dos documentos finais de adoção, a mãe biológica se recusou a autorizar só mudando de idéia alguns meses depois, com a promessa do casal Jobs de que proporcionariam ao bebê cursar universidade, o que os mesmos não tiveram.
Promessa feita, promessa cumprida, Steve foi matriculado aos 17 anos na Universidade de Reed, onde seus pais começaram a consumir toda a poupança de uma vida de classe trabalhadora, investimento no qual ele não conseguia enxergar mérito, abandonando-a seis meses após, optando desde então ao autodidatismo, onde buscou a gama de conhecimento que o tornaram o executivo de maior sucesso do século.
Muitas são as faces dos gênios, Steve se encaixa nas mil faces da genialidade, pois parte desse plano com seu sonho realizado mudou a história dos computadores, do cinema, da música e da comunicação. Enfim, mudou o mundo.
Brigou, na acepção da palavra, por suas idéias e convicções, tornando-se desde o dia 5 de outubro de 2011, quando faleceu vitimado pelo câncer de pâncreas, um novo ídolo, um novo referencial para todos nós, tão carentes de exemplos e decepcionados com as nossas escolhas políticas.
Pelo que deparei de tudo que li a seu respeito nestes últimos dias foi de que perdemos um homem comum, simples, que recomendou aos seus afilhados formandos da Universidade de Stanford, na Califórnia, que não desperdiçassem o tempo vivendo uma vida que não fosse a deles, não se aprisionassem em dogmas e nem deixassem que o ruído de opiniões alheias afogassem o que vinha do interior de cada um.
Apossado ainda por essa onda de tristeza que invade os corações de milhões de pessoas, presenteio os nossos leitores com a justificativa que Steve Jobbs deu ao incrédulo W. Isaacson, seu biógrafo , para que contasse sua vida: “Eu queria que meus filhos me conhecessem. Eu nem sempre estava presente, e queria que eles soubessem o porquê disso e entendessem o que fiz”, precisa dizer mais?
Com a ascensão do Partido dos Trabalhadores a Presidência da República, após quatro tentativas sem êxito, aos poucos fomos observando algumas atitudes intervencionistas por parte de representantes e autoridades federais no tocante aos costumes.
Nada de muito agressivo ou gritante, mas com cartilhas e alterações na legislação, tentam impor mudanças comportamentais que aos poucos vão demonstrando a verdadeira face de um governo que se apresenta como democrático.
Isto sem falar no alinhamento com o que existe de mais retrógrado e ditatorial no mundo, como Hugo Chávez, Evo Morales, Fidel e Raúl Castro e Mohamoud Ahmadinejad, entre outros.
Com o processo de globalização e o advento das grandes redes sociais, questões até então tratadas como tabu começaram a ser discutidas, fazendo com que o direito consuetudinário, surgido através dos costumes da sociedade, dentro da sua informalidade, passasse a ser mais reconhecido tanto socialmente como no âmbito jurídico, os exemplos estão aí, aos borbotões.
Para coroar esse estado de coisas, a Ministra Chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes, formalizou junto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, o velho e eficiente CONAR, um pedido de suspensão da campanha de uma indústria de lingeries estrelada pela modelo Gisele Bündchen, com o argumento que o referido comercial “falta com o respeito à condição feminina, por ser preconceituoso e discriminatório”.
Na referida peça publicitária, distribuída em três comerciais bem humorados, usam o clichê da mulher que usa a beleza para conseguir o que quer dos homens, nada de novo, muito menos desmerece a mulher, como entende a Ministra.
Poderia argumentar que essas preocupações só são levantadas pelas feias, seria preconceituoso para com a Senhora Ministra, reconhecida pela sua aparência pouco atrativa, longe disso, ainda mais que o tema ultrapassa as limites de tolerância da cidadania, não se prestando, infelizmente, para interpretações humoradas, como gosto de utilizar.
O temor que tenho é que o aparelho estatal incremente ainda mais essas políticas que pretendem decidir e regulamentar o que seria bom para nós, independente da nossa vontade, em questões eminentemente subjetivas como as que envolvem assuntos de gênero, raça ou até da liberdade de expressão, entre outros, numa intromissão que vem se materializando através de “comissários da verdade”.
Finalizando, reafirmo que apesar desse arco de apoiamentos, que vai do PP ao PCdoB, que tem como objetivo garantir o controle do congresso e passar aos incautos a sensação que estamos num regime progressista e democrático, a situação é bem outra, caminhamos a passos largos para um Estado cada vez mais intervencionista, intrometido e bisbilhoteiro.
Previsto na Constituição de 1988, nos termos do art. 103-B, o Conselho Nacional de Justiça foi criado em 31 de dezembro de 2004, e instalado em 14 de junho de 2005, com o objetivo de reformular o judiciário, sobretudo no que diz respeito à transparência administrativa e processual.
Pois bem, o Conselho começou a trabalhar e embora composto na sua maioria por indicados do Poder Judiciário, algo em torno de 2/3 dos seus 15 integrantes do corpo gerencial, começou a enfrentar problemas de toda ordem, já que as corporações só admitem uma atuação de fiscalização restrita ao campo administrativo, rebelando-se contra o trabalho de investigar e punir juízes acusados de corrupção e ineficiência.
Ora, por aí já começaram uma série de desavenças, que redundaram no estado de beligerância vigente, desaguando na mais alta corte do País, o Supremo Tribunal Federal, onde uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) proposta pela Associação dos Magistrados do Brasil pretende limitar a atuação do Conselho Nacional de Justiça, sujeitando-o a agir somente quando as corregedorias dos Tribunais de Justiça dos estados não atuarem como devem.
Contra essa medida reagiram a OAB e a AGU, entre outras entidades representativas da sociedade brasileira, tendo em vista a eficiência e imparcialidade que tem norteado as investigações e punições impostas pelo CNJ, onde, somente contra juízes de primeira instância já foram instaurados 115 processos disciplinares, que já resultaram em 49 magistrados punidos.
Com relação aos Tribunais de Justiça, o Conselho já conseguiu alcançar 35 desembargadores, acusados de vendas de sentença e desvios de verbas públicas.
Com tristeza e perplexidade, a sociedade toma conhecimento que os problemas observados no Executivo e Legislativo, começam a ser descortinados também no Judiciário, levando a Corregedora Geral do CNJ, Ministra Eliane Calmon do STJ, a desabafar que: “bandidos escondidos atrás da toga, degradam a imagem do Poder Judiciário”.
Esperamos que os Ministros do Supremo Tribunal Federal, guardiões da nossa Carta Magna, não corroborem com essa pretensão da AMB, que pretende consolidar uma percepção que já vigora no meio da sociedade, a de que existem duas justiças no país, uma para os poderosos e outra para o povo, votando contra essa proposta discriminatória e garantindo um principio universal do direito, que é o tratamento isonômico a todas as pessoas, já que a sociedade já esta cheia daqueles que se julgam acima do bem e do mal.
O Diretor Presidente da Engevix Engenharia S/A, Engenheiro Gerson de Mello Almada foi o palestrante da Reunião-Almoço “Tá em pauta”, promovida pela Câmara do Comércio do Rio Grande, na última quinta-feira, 22 de setembro.
O conteúdo da conferência: “Rio Grande – Um caso a planejar”, serviu para que de maneira clara e transparente, as lideranças municipais tomassem conhecimento do “tema de casa”, resultante desse novo momento que já estamos vivendo.
Este Colunista gostou muito da abordagem feita pelo consagrado Técnico e Empresário, que reiterou na sua fala alguns dos princípios que embasam as ações do Grupo Jackson, controlador da Engevix, que são a prestação de serviços de engenharia inteligentes para agregar valor aos empreendimentos de seus clientes.
Dentro dessa premissa, desse compromisso, levantou uma série de demandas já existentes e afirmou que o Pólo Naval é bonito, traz muita visibilidade, mas traz problemas, muitos problemas, para os quais devemos estar todos preparados, mobilizados.
Saúde, transportes, segurança, acessibilidade, trânsito e sistema viário, educação, comunicações, energia, água, habitação e saneamento, entre outros, são questões de Estado, responsabilidade do setor público, para as quais necessitamos, por setor, planejamento imediato.
Como exemplo, o Palestrante classificou de “epopéia” o trajeto entre a cidade do Rio Grande e a Capital do Estado, tanto por via terrestre como aérea, também pinçou que o “apagão de mão de obra” pode colocar em risco todo esse processo desenvolvimentista, visto a volatilidade do capital e a competição já existente com cinco outros pólos intalados no país.
Reiterou previsões já conhecidas de duplicação da população do município em dez anos, em conseqüência deveremos triplicar o número de vagas em escolas e universidades, bem como a já débil oferta de leitos hospitalares.
Paradoxalmente, citou como um mau exemplo, em conseqüência de falta de planejamento ou planejamento equivocado, a cidade de Macaé-RJ, que em eventos já realizados por aqui foi apresentada como “case”, frisou que a sociedade tem compromisso em manter a sua cultura, os seus hábitos e costumes, e com isso motivar os que aqui chegam para trabalhar a se adaptar.
Pessoalmente tenho me manifestado ao longo do tempo nessa mesma linha, cobrado das autoridades e lideranças municipais uma postura mais pragmática e menos sonhadora, alertando aos “mercadores de ilusões” a responsabilidade que temos todos com relação ao futuro desta que é a Cidade mais antiga do Estado, que tem que crescer respeitando o meio ambiente e, principalmente, os que aqui já residem.
O atual Prefeito Fábio Branco, que tem sido um verdadeiro “Caixeiro Viajante”, prospectando negócios e investimentos para a Cidade, tem que ter um compromisso prioritário, nesta altura dos acontecimentos, que é com as pessoas, as daqui e as que virão, buscando inteligências e competências, para que todos os olhares e ações se voltem para dentro do município, fazendo o que precisa ser feito.
O Dr. Almada, não disse absolutamente nada que não soubéssemos, apresentou números fascinantes com relação à expectativa de investimentos para o nosso Pólo Naval, assumiu compromissos com o desenvolvimento planejado e sustentável, ponderou mais parcerias e menos individualismos, enfim, esgotou, com muita simplicidade e humildade, o óbvio.
Como em toda a receita, os ingredientes para um desenvolvimento racional estão colocados, basta que todos os envolvidos tenham grandeza de espírito e senso de responsabilidade para aproveitar, da minha parte já estou de mangas arregaçadas.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.