Dias atrás comentei no programa “Nativa Debate”, que siglas usadas na internet viraram verbetes do conservador e famoso dicionário inglês Oxford, situações já observadas pelo nosso Aurélio.
Os filólogos e lingüistas do mundo inteiro afirmam que os idiomas são entidades vivas, em constante evolução.
Nesse movimento, velhas palavras caem no esquecimento e somem dos dicionários, dando lugar a outras que surgem graças a novos hábitos da vida moderna.
Pois bem, ignorando essa tendência de globalização, particularmente nas comunicações, a Assembléia Legislativa Gaúcha, acaba de aprovar Projeto de Lei do Dep. Raul Carrion (PCdoB), que obriga a tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa, sempre que houver no idioma uma palavra ou expressão equivalente.
Concordo com alguns gramáticos que já saíram na defesa do direito da livre expressão, atacado por tal projeto, demonstrando, até pelo placar de votação no Parlamento, um viés ideológico e autoritário.
Chega de falsos nacionalismos, chega de intervir em temas totalmente resolvidos pelo costume, ainda mais que o interesse e o dever de se fazer entender é do comunicador, não pode ser uma imposição do estado.
Historicamente temos iniciativas similares, no facismo e no nazismo, e mais recentemente o regime do ditador iraniano Mohamed Ahmadinejad, andou decidindo nessa linha, por aqui reagiremos com a força da palavra e do protesto, como registrado neste espaço.
Somente a titulo de reflexão, proponho aos meus leitores tentarem substituir os vinte verbetes, já inseridos no nosso vocabulário, a seguir relacionados: chip, couvert, pet shop, shoping, modem, mega, star, rally, outdoor, pen drive, sundae, zoom, free, pizza, chat, banner, blitz, impeachment, mouse, hacker, fashion.
Complicado não é? Pois bem, passados estes dias de ampla discussão sobre o tema, aguardamos agora a manifestação do Governador Tarso Genro, que pode vetar essa infeliz iniciativa, impedindo que tenhamos que agüentar gozações por mais uma “gauchada”.
O Comandante do 8º. Distrito Naval, Vice-Almirante Arnaldo de Mesquita Bittencourt Filho, em recente encontro que tivemos na Capital Paulista, apresentados pelo General Carlos Alberto dos Santos Cruz, fez inúmeras referências a sinergia existente entre a comunidade Riograndina e a Marinha do Brasil.
Terra do Almirante Tamandaré, do Imperial Marinheiro Marcilio Dias e do Comandante Felipe Perry, entre outros heróis da arma, Rio Grande consolidou essa “vocação marinheira”, em 8 de fevereiro de 1983, com a vinda do 5º. Distrito Naval para cá.
Hoje, milhares de soldados e oficiais, exercem suas atividades na “Noiva do Mar” e estão totalmente inseridos na vida social e econômica da Cidade mais antiga do Estado.
* “Noiva do Mar”: apelido dado, carinhosamente, à Cidade do Rio Grande – RS.
Mês passado, nas minhas andanças pelo país, tive o prazer de conhecer em São Paulo, o Capitão Gino Struffaldi, ex-combatente da Revolução Constitucionalista de 1932.
Em síntese, a Revolução dos Paulistas cobrava uma Constituição e o fim da intervenção do Governo Vargas na gestão do Estado de São Paulo.
Contou-me o Veterano Herói como sobreviveu aos bombardeios aéreos ao quartel onde estava lotado, falou-me também, entre tantas coisas, a respeito da “matraca”, geringonça que simulava o som de tiros de metralhadora, que passava às tropas de Vargas a impressão de que os insurgentes paulistas estavam fortemente armados.
Capitão Struffaldi, conserva no olhar o mesmo brilho dos 18 anos, quando participou do confronto, e na mente, os mesmos princípios do Movimento Constitucionalista de 32, que são a ética, o respeito e o civismo.
Sobre o momento atual, o Velho Soldado, no alto dos seus 97 anos de idade, assevera: “Acho que deve haver uma mobilização cívica, não militar, em favor da moralização. A corrupção, hoje em dia, é desenfreada”.
Aqui, de maneira clara e insofismável, mais um exemplo a ser seguido.
Entrevistei no último dia 28 de março de 2011, no “Nativa Debate”, programa que produzo e apresento, diariamente, das 18 h às 19 h, na Rádio Nativa AM 740, o Empresário Anton Karl Biedermann.
Nascido na Cidade do Rio Grande fez carreira na Capital Gaúcha com a Empresa de Auditoria, Biedermann, Bordasch S. C. Auditores Independentes, com serviços prestados por décadas pelo país afora.
Líder empresarial, dos mais respeitáveis no Brasil, ocupou e ocupa funções e posições da maior responsabilidade, junto as Federações e Confederações Comerciais, atividades que lhe renderam distinções consagradoras.
Apesar de tudo isso, o Dr.Biedermann é um homem simples e humilde no tratar, mas corajoso, independente e claro na defesa dos seus ideais e posições ideológicas, inclusive, políticas.
Com 86 anos de idade, mantém agenda cheia no cuidado da sua saúde, dos negócios e no protagonismo cidadão, condições estas que o fazem uma pessoa adorável, cheio de novas idéias e com um espírito de luta de causar inveja, incansável para atender a tudo e a todos.
Dias atrás, viu-se envolvido numa tremenda polêmica, que ganhou as manchetes da imprensa de todo o país, quando renunciou a função, que havia sido convidado pelo Governador Tarso Genro, de membro do Conselho de Desenvolvimento do Governo Gaúcho, por considerá-lo ideologizado.
No nosso papo, Anton Karl Biedermann, criticou o rótulo dado por esquerdistas aos que se opõe a modelos que foram rechaçados no mundo inteiro, de neoliberais.
Reafirmou sua crença em um Estado menos intervencionista, usando o exemplo da responsabilidade de um árbitro numa partida de futebol, só cumprir e fazer com que cumpram as regras estabelecidas.
Defendeu a possibilidade das PPP’s, Parcerias Públicas Privadas, em áreas da saúde, segurança e educação, consideradas as menos eficientes sob a gestão do Estado, levando em conta os cenários de investimento disponíveis pelas instâncias governamentais.
Criticou a acomodação do empresariado com relação aos sérios problemas vividos no País, particularmente no tocante a corrupção, e entende que uma reversão do quadro só será obtida quando a educação e a informação chegarem aos lares dos brasileiros.
Enfim, uma lição de vida, de peito aberto, digna de um homem que fez e faz história, sem medo do contraditório, que honra a todos os seus concidadãos.
Nesta primeira coluna que assino na Folha Gaúcha, este novo projeto de mídia impressa, ligado ao Sistema Nativa de Comunicações, resolvi, resumir aqui, o longo depoimento que o Dr. Biedermann nos brindou, disponibilizando a integra deste trabalho no www.blogdoalfaro.com.br , garantindo-lhes que vidas como estas, valem à pena.
Nos últimos dias 15 e 16 de março, estive na Capital Paulista cumprindo agenda profissional e pessoal.
Participei da Assembléia da ANDIR, Associação Empresarial da qual sou dirigente e reencontrei um amigo de infância que não via há 44 anos.
Trata-se do General de Divisão Carlos Alberto Santos Cruz, riograndino, com carreira belíssima no Exercito Brasileiro.
Chefiou, entre outras missões, a Minustah, missão criada pela ONU para promover a estabilidade no Haiti, onde comandou mais de 7.000 militares de diversas nações, inclusive, a brasileira, que colabora com um contingente de 1.200 soldados.
Essa atuação lhe outorgou a denominação de “Cavaleiro da Paz”, o que lhe proporciona um reconhecimento e respeito, internacionais.
Santos Cruz, seu nome de trabalho, foi um brilhante fixo da equipe de futsal, mirim, do Ipiranga Atlético Clube, aqui na Cidade do Rio Grande, onde atendia pelo apelido de “Coca”.
Comandados pelo saudoso Manoel Saul da Silva, ao lado do Blogueiro Alfaro, Garrinchinha, Valoir e Bito (falecido) e outros, Coca destacou-se como atleta no Sul do Estado, condição que mantém até hoje, fato revelado por seus colegas de farda.
Na foto: Alfaro e o casal Dora Helena e Carlos Alberto Santos Cruz.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.