Adoro as frases, as citações, as tiradas, os ditados, com poucas palavras e muita criatividade, dizem tudo.
O título deste artigo é auto explicável, não obstante, vamos à parte da letra do samba de Chico Buarque de Hollanda,” Deixa a Menina”, que me motivou a esta reflexão : “...Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz. E atrás dessa mulher, mil homens, sempre tão gentis. Por isso, para o seu bem, ou tira ela da cabeça ou mereça a mulher que você tem”.
Não quero ter a pretensão de mexer na letra do grande Chico Buarque, mas é claro que ele está se referindo a uma mulher bonita, está explícito, só isso explica os mil homens gentis.
Não sei se é insegurança, preocupação ou responsabilidade com o que se tem, mas é efetivamente complicado administrar a relação com uma mulher bonita.
Como são minoria, as bonitas demandam atenções e galanteios, isto sim é que deixa os maridos e namorados infelizes, daí a conclusão de que essa infelicidade tem relação direta não com a beleza e sim com a concorrência.
Voltando ao samba, repasso um conselho do Poeta aos que tem mulher bonita: “mereça a mulher que você tem”, dá trabalho, mas não tem outro jeito.
Havia muita esperança. Aproveitando uma inovação instituída pela Constituição de 1988, um milhão e seiscentos mil cidadãos brasileiros propuseram um Projeto de Lei, que, justamente por nascer diretamente da vontade da sociedade, chama-se de Iniciativa Popular. Praticamente um exemplo que faz lembrar a Democracia Direta. Uma valiosa fórmula de participação do cidadão.
E do que tratava o Projeto? Visava afastar das eleições os candidatos com ficha suja, isto é, aqueles que já foram condenados pela Justiça, por seus órgãos colegiados, ou seja, por mais de um julgador.
O certo é que gente condenada não devia ter a desfaçatez, a ousadia de se lançar candidato. Aliás, os partidos políticos deveriam, preliminarmente, ter como regra não incluir, na sua lista, gente que tem contas a pagar à Justiça.
Infelizmente, por descuido e/ou desinteresse do próprio eleitor, pela conivência do Partido e pela “cara de pau” do CANDIDATO FICHA SUJA, o camarada acaba sendo eleito.
O projeto inibiria essa vergonheira. A Câmara, pressionada pela mídia e pela sociedade, aprovou, mesmo contra amuos de certos parlamentares que, sendo fichas sujas, sentiram ameaçada sua reeleição.
Goela abaixo, mas foi aprovado. Mandado ao Senado, de novo surgiram os que começaram a fazer corpo mole para não votar o projeto. Novamente, pressão popular e os Senadores “retranqueiros” recuaram. Parecia que estavam derrotados. O projeto foi aprovado por UNANIMIDADE. Só que bastou a imprensa descuidar-se um pouquinho e aprovaram uma chamada “Emenda de Redação”, que troca a expressão tiverem sido condenados por forem condenados, isto é, livra, para a próxima eleição QUEM JÁ É FICHA SUJA. Pelo projeto aprovado, só será impedido, por FICHA SUJA, quem, no futuro, vier a ser condenado. Os que desviaram dinheiro, botaram dinheiro na cueca, deram e receberam propina e FORAM PEGOS E CONDENADOS, pelo texto enganador do projeto, ficam livrezinhos para CONCORRER.
Que vergonha! Brinca-se com o esforço digno e respeitável da sociedade. Frauda-se uma intenção legítima de saneamento. Pior: alguns parlamentares saíram, ao fim da sessão, dizendo que se havia feito um “grande” avanço, quando, na verdade, O QUE FIZERAM (que vergonha!) foi legislar em causa própria, tirando de suas cabeças, a espada justiceira, que ia excluir do feito muita gente em débito com a sociedade.
Enfim, o projeto popular Pró-Ficha Limpa foi manchado por uma emenda indecorosa para salvar os FICHAS SUJAS!
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Teerã neste próximo sábado para novo encontro com o Presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, será a última oportunidade que terá o Chefe do Executivo Brasileiro de se posicionar frente à tamanha encrenca em que se meteu.
Depois de uma bela ascensão como protagonista no cenário internacional, o Presidente Lula vê a paciência (deveria estar sentindo) das maiores lideranças mundiais ir chegando ao limite, em virtude dessa proximidade cada vez maior com Hugo Chávez, Evo Morales, Raul e Fidel Castro, Rafael Correa e com o próprio Ahmadinejad, mas principalmente na defesa ou tolerância com idéias e projetos totalmente anti-democráticos e perigosos.
Meses atrás o Presidente Barack Obama asseverou: “Chefes de Estado não tem relações pessoais, mas interesses de Estado”, referindo-se, obviamente, a esta postura de Lula.
O Presidente Brasileiro gostou da frase, tanto que a repetiu, sem dar o devido crédito, em entrevista ao jornal espanhol El País. Gostou, apoderou-se e repetiu, mas não faz, não cumpre, colocando em risco essa imagem externa, da qual é um dos principais responsáveis.
Não é enfrentando a ONU e as principais potências que o Presidente Lula vai chegar ao seu objetivo, se sincero, que é conseguir para o Brasil assento como titular no Conselho de Segurança da ONU.
Só para se ter uma idéia, em 31 anos de República Islâmica, o Irã já foi condenado vinte e cinco vezes pela Assembléia Geral da ONU, por violação aos Direitos Humanos.
Será que um Regime com tal prontuário merece ser defendido, apoiado?
Ora, se emparceirar com Irã, Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador, entre outros, pode reduzir a pó todo esse caminho trilhado até hoje.
Vale aqui um ensinamento da minha Mãe, do alto dos seus 82 anos: “Diz-me com quem andas e te direi quem és”, portanto, é hora do Presidente repensar essas amizades.
O Refrão acima é do Hino Rio-grandense, hino oficial do nosso Estado, que tem letra de Francisco Pinto da Fontoura e música do Comendador Maestro Joaquim José Mendanha, e é cantado semanalmente em jogos do Grêmio e do Internacional (não queremos nos apropriar do hino dos gaúchos).
Pois bem, ontem, mais uma vez o Grêmio Futebol Porto-alegrense realizou mais uma proeza, uma façanha digna do hino, ao vencer o Santos F. C., por 4 X 3, em vitória histórica, de virada e sobre o time mais festejado do futebol brasileiro na atualidade.
Tal qual a inesquecível “Batalha dos Aflitos”, em 26 de novembro de 2005, quando o Grêmio conseguiu retornar a primeira divisão do futebol brasileiro ao vencer o Náutico, lá em Recife, com 4 jogadores a menos, expulsos pelo árbitro, esta nova atuação tricolor é mais um marco dentro desta “imortalidade” tão reconhecida, respeitada e temida.
Continuamos, pois, até a pé nós iremos...
A mais de trinta anos quando presidi o Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande/RS, tive uma experiência que me marcou para sempre.
Na ocasião, fiz parte de uma comissão designada pelo então Reitor com atribuição de selecionar entre os aprovados no vestibular que não residiam na Cidade, aqueles que utilizariam a Casa de Estudante, mantida pela Universidade.
Pasmem, embora a adoção de critérios e documentação que comprovassem pobreza, foram selecionados muitos alunos que, tão logo transferiram residência para cá, apresentaram os conhecidos “sinais exteriores de riqueza”, como carros esportivos e novos estacionados defronte o alojamento.
O que fazer? Nada, nunca na história das universidades públicas brasileiras se tomou qualquer providência com relação a estes e outros abusos e espertezas.
Na realidade é mais fácil a quem tem muito “conseguir” documentação comprobatória de carência do que os realmente carentes, essa não é a regra geral é óbvio, mas recorrente.
As próprias vagas nas universidades públicas historicamente prestam-se a outras graves anomalias, uma delas é a realização dos vestibulares em datas diferenciadas, que servem estranhamente aos mais abonados que disputam de norte a sul essas vagas; outra é a competitividade do tal vestibular, onde os cursos mais procurados tem as vagas preenchidas pelos melhores preparados, geralmente egressos das escolas particulares, reforçados pelos cursinhos preparatórios.
Alguma ilegalidade? Não, mais uma vez não, só que o sistema universitário público, ao contrário do que deveria promover, torna-se cada vez mais seletivo, mais excludente.
Os poucos que vão conseguindo superar a pobreza absoluta têm uma alternativa, as faculdades e universidades particulares. Não deveria ser o contrário?
Precisamos tratar dessa ferida criando critérios que eliminem essas situações. Proponho que se revise esse tal conceito da universidade pública gratuita, que ao contrário do que se possa imaginar, acaba aumentando esse fosso que separa os que muito têm dos desvalidos.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.