Nossa jovem República Federativa do Brasil, completou no último dia 15 de novembro seus 124 anos, com um fato por demais significativo, o encaminhamento de um grupo de políticos condenados pela mais alta corte do Pais, o Supremo Tribunal Federal, para o xilindró, para a cadeia, local reservado a todos que cometem crimes cominados com tal pena.
Conhecendo a postura do Presidente do STF, Joaquim Barbosa, sempre cioso dos seus deveres e obrigações, deve ter se valido do significado da comemoração para efetuar, como recomenda o termo, publicamente, em alta voz e solene, a “Proclamação da Justiça no Brasil”. Reinava até então por aqui o sentimento e a percepção de que a nossa justiça tinha dois pesos e duas medidas, e que só valia para os “três pês”: pobres, putas e pretos.
Pessoalmente estou feliz, não pelo fato de a maioria dos encarcerados serem do Partido dos Trabalhadores, estou revigorado como cidadão pela perspectiva clara de que a partir destas decisões “todos” os corruptos e criminosos deste País serão submetidos aos rigores da Lei. Desejo, com o mais sincero dos meus sentimentos que os corruptos e mensaleiros do PSDB, do DEM, do PMDB, PDT, PP, PC do B, enfim, de todas as siglas existentes ou transformadas e recriadas, tenham, o mais rápido possível, o mesmo destino.
Um ex-diretor do Banco do Brasil fugiu para a Itália, mas a grande maioria dos condenados já está trancafiada, prestando conta à sociedade pelos mal feitos e danos causados ao que é de todos nós, particularmente dos mais desvalidos, tão carentes de melhores e mais eficientes serviços públicos.
Teremos um novo Brasil, a decisão tem efeito imediato em termos didáticos e de profilaxia em nosso tão deficiente e debilitado sistema político. Preocupa-me, como sempre, a desfaçatez de alguns desses personagens, desconsiderando o fato do nosso desenvolvimento social e cultural, menos estes vinte e cinco anos de democracia, para promover espetáculos com gestos e manifestações abomináveis.
Convenhamos, José Dirceu e José Genoíno, representantes maiores do que existe de mais retrógrado e reacionário na política brasileira, tentando passarem-se por revolucionários e “presos políticos”, celebrando o ato da prisão com punho cerrado e erguido. Ora, em regimes democráticos não existem presos políticos, mas apenas presos comuns. Restabelecem a máxima atribuída a Maquiavel, incorporada por Leon Trotsky e seus seguidores pelo mundo afora, de que “os fins justificam os meios”, ou de que em nome da causa e do partido tudo é possível e admissível. Não vão levar sempre tudo na mão grande e no empurrão, com o meu silêncio não contam.
O CEP SENAI João Simplício completou, neste mês de outubro, setenta anos de atividades ininterruptas. Instalado um ano após a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Decreto Lei 4.048 de 22 de janeiro de 1942, por inspiração do Presidente Getúlio Vargas. É um dos exemplos mais duradouros e exitosos das agora denominadas parcerias público-privadas, já que foi criado por um Decreto Lei, em pleno Estado Novo, e chancelada a sua organização e direção à Confederação Nacional da Indústria.
Esta saga vem sendo levada adiante no País inteiro graças a uma política dinâmica de acompanhamento do progresso e das demandas dos diversos segmentos da indústria de pequeno, médio e grande porte.
Em solenidade marcada pela emoção, todos os Diretores que administraram o Centro de Educação Profissional, assim como técnicos e colaboradores que têm levado adiante essa missão foram homenageados e, reverenciados os que já faleceram, numa demonstração de compromisso com a história da Instituição, sem descuidar do presente e do futuro.
Por mais de sete anos tive a honra de dirigir esse Centro de Excelência e na manifestação que fiz na solenidade festiva, afirmei que muito mais do que possa ter contribuído pessoalmente na gestão exercida, saí do SENAI com outra visão de mundo, muito mais qualificada e universal, ciente de que toda e qualquer perspectiva que se possa sonhar para os nossos jovens e trabalhadores estão embasadas na educação, formal e profissional.
Ainda, defendi mais uma vez a necessidade de se criar, inicialmente, no âmbito do Município, como piloto, um “Selo de qualidade de educação, formação, qualificação e treinamento profissional” para garantir aos que buscam competitividade, a qualidade necessária para as oportunidades crescentes no Brasil. Em que pese a crise internacional que tem levado os países do primeiro mundo a absurdas taxas de desemprego, em agosto passado conseguimos reduzir para 5,2% o nosso índice. Com o aquecimento da economia, crescem de maneira incontrolável as ofertas de cursos que não levam a lugar algum, descompromissados com programa, pré-requisito, conteúdo, etc., que atuam de norte a sul, sem qualquer fiscalização.
Até nomes análogos a instituições e programas são espertamente utilizados, com o objetivo único de locupletarem-se, fraudando sonhos e expectativas. Longa vida ao nosso SENAI, que ele, representado por sua gente, leve adiante esse compromisso inarredável com a qualidade em tudo o que faz.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.