O grande Nelson Rodrigues, certa feita imortalizou a assertiva de que: “toda a unanimidade é burra”.
Ao longo do tempo tenho me ocupado da definição, às vezes achando-a pertinente, em função da inapetência das pessoas em discordar, questionar. Noutras vezes, como nesta crônica, reconheço que determinadas situações e personagens, ganham essa qualificação, pela obviedade e conjunto da obra.
Antônio Azambuja Júnior, o Nico, inspirador e destinatário deste texto é uma Unanimidade, entre os que acompanharam sua brilhante trajetória pelos gramados do Sul do País, outros, como é o meu caso, pelo protagonismo dentro e fora do futebol.
Figura carismática, jamais nega um contato, um abraço, um conselho ou uma orientação, sobre esta atividade que venerou e honrou como poucos.
Limitado praticamente à Cidade do Rio Grande, sua terra natal, eternizada como “Capital do Futebol”, pelo saudoso Jornalista e Radialista, Paulo Gilberto Corrêa, Nico atuou nos três clubes profissionais da Cidade: Esporte Clube Rio Grande, Esporte Clube São Paulo e o seu, Futebol Clube Riograndense, o “Guri Teimoso”, atualmente afastado das competições.
Sempre vinculado ao futebol, Nico fundou e coordena os “Milionários”, formação que há 50 anos congrega ex-atletas profissionais, que se apresentam nos gramados da região, divulgando o esporte bretão. Este grupo sobrevive graças à liderança e persistência do “Velho Artilheiro”.
Comentarista esportivo, campeão de audiência, Nico circula pelas Cidades da Zona Sul, desfrutando do grande prestigio e respeito, conquistado e mantido por sua irretocável carreira profissional.
Muitos tiveram carreiras de maior repercussão em grandes clubes nacionais e até na Seleção Brasileira, mas ninguém alcançou esse patamar e essa perenidade, obtida pelo nosso homenageado. Nico é unanimidade, inteligente, consagrada, imortal. Desculpe, Nelson Rodrigues!...
À medida que vamos amadurecendo, algumas características vão sendo potencializadas, tanto para o bem como para o mal. Ficamos - isto é uma verdade absoluta - muito mais seletivos e exigentes. Os jovens definem essas peculiaridades como rabugice e chatice; se justificam: ninguém gosta de ser analisado, cobrado, julgado.
A experiência obtida com relacionamentos e vivências humanas ao longo de décadas, as más companhias e as ingratidões, nos torna experts nesse metier, fazendo com que dificilmente erremos nessas escolhas. Lembro que na juventude qualquer encontro fortuito já nos levava a classificar novos relacionamentos como amizades. São apenas conhecidos, talvez parceiros nesta ou naquela atividade, neste ou naquele objetivo.
Estou cada vez mais endurecido em outorgar essa titulação, essa distinção, já que na realidade tenho descoberto que amizades, sem detrimento das “velhas amizades”, independem de tempo ou duração, começam repentinamente num contato qualquer e vão ganhando importância por diversas motivações.
Solidariedade, gratidão, empatia, disponibilidade e algumas afinidades, compõem os ingredientes básicos para fomentar e consolidar uma verdadeira amizade. Nada mais me gratifica e me satisfaz do que ter e ser reconhecido como amigo.
As amizades turbinam nossos negócios e carreiras, encurtam distâncias, pavimentam caminhos e são indispensáveis para que tenhamos boa saúde e, com certeza, são fundamentais ao prolongamento das nossas vidas, pelo que agregam de positivo.
Amo tanto cada um dos meus amigos, sou tão grato por tudo que dedicam a mim, que nem imagino viver sem a presença e disponibilidade deles. Sou, confessadamente, “amigo dependente”, e persevero a cada dia da minha existência na busca do meu crescimento como pessoa, como ser humano, para poder retribuir à altura, tudo que tenho recebido.
Lasier Martins e Pedro Arthur Neves Valério: “Amizades se confirmam e se consolidam também através de sonhos, ideais, desafios e lutas. Estamos juntos”.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.