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Mentiras Sinceras

quinta-feira, 04 de Abril de 2013 | 15:28

Começo esta crônica questionando o próprio título proposto por mim. Poderiam existir as tais mentiras sinceras, considerando-se as grandes contradições entre mentira e sinceridade? Respondo que até por ali, sim.

Não só as mentiras sinceras propostas pelo nosso Poeta Cazuza na sua consagrada “Maior Abandonado”, quando cunhou a expressão, justificando-a para a obtenção de pequenas porções de ilusões. Na vida real também a mentira sempre está próxima de nós.

Começam na nossa infância, quando nossos pais utilizam as “mentiras instrumentais” para retardar o nosso contato com as duras verdades da vida. Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, entre outros, são figuras míticas que nos acompanham por anos. Em pesquisa recente realizada nos EUA e na China, a conclusão foi a de que 84% dos pais americanos e 98% dos chineses mentiam aos seus filhos. Diferenças culturais foram notadas no trabalho: os chineses acham mais favorável mentir com o intuito de parecer mais modesto (um valor no país), enquanto que a maior preocupação dos pais americanos é poupar o sentimento dos filhos.

Essa tal cultura da mentira como recurso para ajustar situações, evitar danos e dores maiores é bastante comum e aceita como justificável em nossa sociedade.

Na política, historicamente a mentira é utilizada nas suas formas mais danosas. Maquiavel, lá pelos idos do século XVI, já pregava no seu “O Príncipe”, que os “fins justificam os meios”, admitindo métodos não convencionais, antiéticos e até violentos para a manutenção do poder. Contemporaneamente, no século XXI, Joseph Goebbels, o Ministro da Propaganda do Nazismo de Adolf Hitler, consagra também a utilização da mentira como instrumento de domínio político, admitindo essa prática ao afirmar: “É claro que a propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal propósito nem o percebam”. É a consagração da mentira, tão em voga nos nossos dias.

Do nascimento à morte, a mentira esta intrinsecamente ligada a nós. Diante dessa questão inexorável, escolho as mentiras sinceras, algumas até já admitidas pelo Vaticano.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Bônus e ônus na administração pública

quarta-feira, 27 de Março de 2013 | 00:31

Cada vez mais os partidos políticos estão encontrando dificuldades em completar suas nominatas para os cargos, tanto executivos como legislativos. O que se constata é a repetição de nomes e a identificação destes com corporações e segmentos econômicos.

Muitas vezes injusta e generalizada, essa verdadeira xenofobia com relação a todos que ocupam cargos públicos tem restringido a participação da cidadania, consolidando a expressão pejorativa e odiosa: “mudam as moscas...”.

Sobre esse tema, Martin Luther King, resumiu numa frase o que, infelizmente, ainda vivemos na nossa sociedade: “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.

Na cidade do Rio Grande estamos sob uma nova administração há 90 dias, tempo exíguo para grandes cobranças, não obstante, já começam a surgir descontentamentos e reclamações com relação à descontinuidade do que estava certo, do que, a juízo do contribuinte, sofre desse descompasso. Independente de quem votamos, temos a exata consciência de que urgem medidas em algumas áreas estratégicas como limpeza urbana, trânsito e obras paradas.

Julgo que uma agenda positiva deva ser imediatamente colocada em prática para que a chamada “eleição em segundo turno”, inexistente para nós, não ganhe contornos significativos. Como moro e trabalho no centro da Cidade, acredito que a substituição desses vergonhosos contêineres que, aos pedaços, de há muito perderam a sua finalidade, emporcalhando todas as ruas, registre-se com a participação também de moradores que não sabem viver em sociedade.

Uma blitz na Avenida Dom Pedro II, entrada oficial do único porto marítimo do Estado, é premente, independente de responsabilizações sobre o não andamento das obras ali em curso. Dias atrás recebemos turistas europeus que estavam a bordo de um suntuoso cruzeiro, imagino que impressão levaram da Cidade berço da civilização gaúcha.

Como comunicador, contribuinte e cidadão, tenho a melhor das boas vontades com os novos dirigentes municipais, tanto que tenho perseverado em divulgar as ideias e demandas que diariamente chegam até os veículos onde atuo. Espera-se dos mesmos a grandeza de poder colher opiniões e sugestões com humildade, visto que foram eleitos para fazer o que precisa ser feito, independente de grupos de apoios e ideologias.

O ônus de quem administra o que é público é imensurável, pela cultura, conforme expus acima, e, também, pela incapacidade natural do atendimento de todas as demandas, cabendo-lhes escutar à exaustão todos os segmentos e decidir com razoabilidade, não ficando refém de acertos políticos para o preenchimento de cargos, menos ainda de promessas eleitorais, nem sempre exequíveis, nem sempre prioritárias.

E os bônus? Ah, os bônus são o sentimento do dever cumprido e o reconhecimento popular, este cada vez mais raro.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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