Por tratar-se de tema muito caro a mim, tratarei da velhice através de uma série de ensaios, onde pretendo buscar reflexões éticas e filosóficas, com o objetivo maior de promover mudanças comportamentais.
Em muitas culturas e civilizações, a velhice é vista com respeito e veneração, por representar a experiência e o valioso saber acumulado ao longo dos anos, a prudência e a reflexão. Infelizmente a sociedade urbana moderna, particularmente a nossa, vem transformando essa tradição, apresentando como justificativa a atividade e o ritmo acelerado da vida, marginalizando aqueles que não os acompanham, os velhos.
Acredito que essa explicação ou justificativa é, como se diz popularmente: “esfarrapada”. Na realidade a maioria dos que utilizam essa argumentação a fazem de forma cínica e dissimulada e estão movidos pelo pior dos sentimentos humanos que é a ingratidão, esquecendo-se que desde a concepção até a adolescência, no mínimo, quem lhes proporcionou o dom da vida, foram estes que agora são esquecidos.
Tenho constatado que esse comportamento, disseminado entre nós, está embasado também em aspectos econômicos e de responsabilidade. Quem se disponibiliza, assume mais responsabilidades. Surpresa nenhuma, na sociedade a maioria das pessoas não apresentam também esse comportamento irresponsável, cuidando cada um da sua vida? É a realidade, mais fácil é ficar contemplando e só na crítica. Alguns, inclusive, preferem criar atritos e de maneira intolerante facilitam a sua desídia com relação aos seus ascendentes.
Não há uma idade universalmente aceita como limiar da velhice, as opiniões divergem de acordo com a classe socioeconômica e o nível cultural, e mesmo entre os estudiosos não há consenso. Para efeitos estatísticos e administrativos a idade em que chegamos à velhice costuma ser fixada por volta dos 65 anos, em diversos países, coincidindo com o encerramento da fase economicamente ativa e com a aposentadoria. Entendo que esse limite já deveria estar adequado a aspectos biológicos mais contemporâneos, considerando a melhoria das condições de vida, avanços na área da saúde pública e da medicina em geral.
A Organização Mundial da Saúde, especialmente considerando a realidade das nações mais desenvolvidas, já elevou esse patamar para 75 anos de idade. Esse fenômeno já é constatado aqui no Brasil, descortinando uma série de demandas e dificuldades para os que alcançam esse privilégio da longevidade, tendo em vista a carência de políticas públicas mais efetivas e o desprepara cultural para uma total integração social dessa população. Em geral, até por falta de orientação, quando nos damos conta a velhice está as nossas portas, alcançando nossos avós, pais e a nós mesmos.
Nesta abordagem, primeira de uma série que pretendo desenvolver, só tento conscientizar aqueles que ainda não se deram conta deste novo desafio, que é darmos justificativa ao termo “melhor idade”, como classificamos a maturidade, fazendo cada um a sua parte. Ou seja, acolher, valorizar e integrar os nossos velhinhos as rotinas e programações que realizamos, especialmente as de família e lazer. É a nossa paga por tudo que fizeram, é uma questão de retribuição, GRATIDÃO.
Estou tomado de uma melancólica “vergonha alheia”, sentimento que se apodera da cidadania ao sentir, presenciar ou tomar conhecimento de alguém fazendo algo embaraçoso, vergonhoso. Situação constrangedora diante da impotência que temos, visto que a ação de que vou tratar e perpretada sob a égide do Governo Federal, conforme admitido pela Secretaria-Geral da Presidência, comandada pelo todo poderoso Gilberto Carvalho.
Estou me referindo aos episódios que antecederam a vinda e estão sendo vividos agora, na visita ao Brasil da Jornalista e Blogueira cubana, Yoani Sánches. Critica da esclerosada e sanguinária Ditadura Cubana, ficou internacionalmente conhecida depois de criar o blog Geração Y, onde denuncia em opiniões que são traduzidas para 15 idiomas, as violações aos direitos humanos e a falta de liberdade de expressão, patrocinadas há mais de cinqüenta anos pelos irmãos Fidel e Raúl Castro.
Pasmem, o Embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, no dia 6 de fevereiro promoveu reunião na Embaixada, na Capital Federal, onde distribui em um CD, dossiê com 235 páginas recheado de acusações a Yoani, numa vergonhosa campanha de “contrairfomação” , que teve como interlocutor do governo o Coordenador de Novas Mídias e Outras Linguagens de Participação, da Secretaria-Geral da Presidência.
Você, que nos distingue com a sua leitura, independente de ideologia, esta conforme com as atitudes orquestradas e emanadas através desse conluio entre os governos de Cuba e do Brasil? Sabe que em todos os locais onde tem andado Yoani pelo Brasil, é vitima de agressões verbais e até físicas, encontrões e puxões de cabelos, patrocinadas por quadros do PT, PC do B e CUT. Pois é proibida de sair do seu país desde 2008, a ativista, após 20 tentativas, só consegui autorização para sair da ilha por causa da nova lei migratória, em vigor desde janeiro de 2013.
Uma mulher, uma profissional da comunicação, uma mãe, submetida, por acalentar o sonho de liberdade e de democracia em sua terra natal, a toda essa sorte de adversidades dentro do nosso pais, dentro do Brasil? Convenhamos silenciar diante de fatos tão graves é ser cúmplice, conivente. Não me enquadro em qualquer desses comportamentos.
Nos avocamos uma posição de “liderança estratégica”, pelo tamanho do nosso território e pela nossa economia, o que diante dos cenários catastróficos da América Latina, inclusive políticos, é razoável. Mas quando temos oportunidade de nos consolidar “de fato e de direito” como potência mundial, nos comportamos como uma “republiqueta de bananas”, caudatária de Cuba, da Bolívia, do Equador e da Venezuela. Vergonha e indignação resumem o meu sentimento.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.