Com a implantação do Pólo Naval aqui na Cidade do Rio Grande/RS, todo o sul do Pais está sendo alavancado por um surto desenvolvimentista nunca antes vivenciado.
Todas as perspectivas são positivas, desde que cada um dos agentes envolvidos assumam as suas responsabilidades. Administradores Públicos, Empresários e a própria comunidade, esta através de suas inúmeras representações têm como desafios encontrar soluções para questões que envolvem mobilidade urbana, moradia, abastecimento, segurança, educação, saneamento e saúde pública, entre outras tantas.
Neste artigo, escrito sob a inspiração das comemorações alusivas aos 69 anos de atividades ininterruptas do Centro de Educação Profissional SENAI JOÃO SIMPLICIO – RIO GRANDE, levanto um tema que é muito caro para mim e para qual dediquei boa parte da minha vida, que é a Formação Profissional, muito demandada nos tempos atuais.
Dirigindo a instituição aniversariante por quase uma década, fiquei com a convicção de que os governos, em que pese as boas intenções, desenvolvem programas que não alcançam os resultados desejados, em função de planejamentos açodados, falta de fiscalização e acompanhamento, além do descuido com os pré-requisitos dos selecionados. Explico: são gastos recursos vultosos sem que o custo benefício seja considerado com seriedade, o que importa são os números, as estatísticas, já que não existe qualquer acompanhamento de egressos desses pacotes.
Bem, além dessas dificuldades, temos a proliferação de cursos profissionalizantes privados, se é que assim possamos chamá-los, que são verdadeiros “Mercadores de Ilusões”, totalmente descompromissados com conteúdos, e que só criam frustrações e desilusões a milhares de pessoas esperançosas de serem empregadas nos milhares de vagas de trabalho anunciadas.
Não temos, infelizmente, nenhum órgão que se ocupe verdadeiramente dessa fiscalização, vez que outra alguma questão envolvendo descumprimento de contrato é objeto de ação por parte da Justiça, da Policia ou do PROCON, e só. Julgo que a criação, por parte do Município, de alguma legislação disciplinando e fiscalizando essas ações viriam em muito boa hora.
Temos a CBO – Classificação Brasileira de Ocupações, regulamentada e atualizada através de Legislação Federal, que contempla as condições para implantação, funcionamento e certificação profissional, que são cumpridas pelas instituições públicas e privadas que atuam na área, mas que não alcançam esse universo de estelionatários de esperanças e sonhos.
Proponho que se inicie a partir de um entendimento entre a Secretaria Municipal da Educação, a Coordenadoria Regional de Educação, as representações do Sistema “S” de Formação Profissional, mais os atores públicos e privados com atuação na área, estudos que busquem criar um “Selo de Qualidade” para separar o joio do trigo. Todos os envolvidos teriam segurança e constrangeríamos os picaretas.
Na foto acima: Prof. Luiz Dornelles(Sec. da Educação), Profª Neila G. Silva(Coord. CRE), Prof. Balaguez(Ex Diretor do Senai) e Alberto Alfaro(Ex Diretor do Senai). Nas comemorações pelo aniversário do CEP. João Simplício de Rio Grande-RS.
Neste inicio de semana boa parte da imprensa nacional, que é injustamente demonizada pelo PT, destaca a coragem e a determinação da Presidente Dilma Rousseff por ter instalado um “Gabinete de Crise” para administrar mais um mega escândalo, novamente bem próximo da Presidência. Do Planalto foram disparadas ordens para afastamentos e demissões de importantes quadros da administração federal, bem como a abertura de várias sindicâncias e a varredura em diversos órgãos governamentais.
A sociedade sempre imbuída de uma boa vontade angelical a principio acredita nas boas intenções e propósitos da primeira Mulher a comandar a Nação, no entanto os que são mais céticos e bem informados, como é o caso deste articulista, logo são apoderados por uma enorme suspeita de que esses fatos ora denunciados estão interligados a outros do mesmo feitio, com as mesmas lideranças.
Vejam, a toda poderosa Chefe do Gabinete paralelo da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, pessoa de confiança de José Dirceu e Lula, e, por conseguinte do Partido dos Trabalhadores, foi indiciada pela PF nesta sexta-feira, 23 de novembro, por coordenar um grande esquema de corrupção ativa e trafico de influência para beneficiar empresas que faziam negócios com o Governo Federal.
Sabem quando e porque intermédio a Presidente Dilma tomou conhecimento dessa prática? Pasmem, foi em março de 2011, quando o Auditor de Controle Externo do TCU, Cyonil da Cunha Borges de Faria Filho, lotado em SP, usando as prerrogativas da delação premiada, confessou o esquema de compra de pareceres, no caso um que favoreceria um interesse irregular de um operador portuário, para o qual lhe ofereceram R$ 300 mil. Embora não aceitando, mesmo assim um dos denunciados da quadrilha entregou-lhe dois pacotes com R$ 50 mil, um antes do parecer que fez e o outro depois. Arrependido, o Servidor procurou a PF, devolveu o dinheiro e virou delator.
Além da referida Rose, fazem parte da quadrilha, entre outros, os irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Rodrigues Vieira, ambos indicados pela afilhada de Lula para as diretorias da ANAC e ANA, imaginem para as Agências Reguladoras de Aviação Civil e de Águas. Ainda o Advogado Geral da União, adjunto, José Weber Holanda. Pelo calibre dos aqui nominados têm-se a idéia da extensão dos danos causados ao erário público.
O ex-presidente Lula, ao chegar da Índia, disse: “Me senti apunhalado pelas costas”, o Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, em Fortaleza-CE, não atendeu ao telefonema da “Doutora Rose”, já José Dirceu atendeu-a, as 6 h da manhã, dizendo que nada poderia fazer. Desesperada, tal qual Roberto Jefferson, Carlinhos Cachoeira e Marcos Valério, a amiga do peito de Lula já advertiu de que não pagará pela responsabilidade dos outros.
Óbvios que muitos minimizarão esses fatos, como já estão fazendo, não obstante sinto no ar que daqui a pouco corremos riscos de ruptura constitucional, por muito menos Collor de Mello foi apeado do poder. Claro que essa “geléia real” em que se transformaram os políticos e, por conseguinte, os partidos, garantem essa normalidade. Cenários não faltam, o que anda escasso é a vergonha.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.