Tenho 58 anos de idade, casado com Simone Peres Fucolo, quatro filhos, advogado, empresário e corretor de imóveis. Com uma vida social, política, comunitária e econômica bastante ativa, administro os problemas atinentes a quem vive, dando-me ao luxo de fazer muitas coisas que gosto, ou todas as coisas que me dão conforto e prazer, inclusive o exercício da cidadania.
Não abro mão, por exemplo, da convivência com meus familiares, da companhia até virtual dos meus amigos, maior patrimônio que possuo. Uma churrascada, uma partida de futebol nos Milionários, assistir esportes na TV, um carteado com meus confrades, uma viagem com programação aberta, a criação e a repercussão de um artigo publicado, o nosso “Nativa Debate”, compromisso com os ouvintes da zona sul do Estado há onze anos, a coluna semanal no Folha Gaúcha, o WWW.blogdoalfaro.com.br com os seus mais de 150.000 visitantes em dois anos e quatro meses.
Enfim, gosto e não abro mão de ser protagonista, com os custos e responsabilidades dessa opção, dessa característica congênita, daí ter resolvido aceitar fazer parte dessa tribo universal do “Livro de retratos”, o Facebook.
Escutei comentários de comunicadores revelando que segmentos dessa rede social haviam manifestado descontentamento com as discussões de programas e candidaturas políticas no âmbito desse espaço de opiniões. Democraticamente acolhi o posicionamento, mas confesso que a partir dele decido aderir a esse fórum, para discutir e opinar sobre tudo, inclusive, política.
Tenho referido em artigos uma frase de Martin Luther King: “O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”. Toda a cidadania, os homens e mulheres de bem, andam estupefatos com a onda de escândalos que campeiam pelo Brasil afora, mas a participação, com exceções, é a de sempre, criticar os representantes que ela mesma escolheu, sem protestar, participar, se posicionar. Precisamos todos entender mais a política, suas nuances e seus meandros, pois não existe sociedade organizada sem gestão, sem lei, sem ordem e sem política. Optando por esse mesmismo e comodismo, não vivemos, apenas sobrevivemos como um cenário, decorativo e inerte.
Com esse posicionamento e com esse discurso, passo a integrar essa maravilhosa rede social que é o Facebook, e apresentar meu nome como candidato a Vereador da nossa Cidade do Rio Grande.
O título deste artigo é uma frase proferida pelo imortal Martin Luther King, indignando-se contra a universal despreocupação das pessoas com os assuntos que não lhes digam respeito diretamente. Violência, discriminação, preconceito e política, se não digam respeito aos seus interesses ou aos dos que lhe são caros, pouco lhes interessam.
O momento político que passamos no Brasil inteiro, com denúncias diárias envolvendo autoridades desde os municípios até a Presidência da República. Malversação dos parcos recursos públicos, fraudes em licitações, concursos públicos etc., deixam a cidadania, os homens e mulheres de bem, atônitos, frustrados e sem ação.
Tal qual Martin Luther King, pessoalmente o que tem me angustiado também é essa apatia, essa leniência de boa parte da população com relação a tudo que ocorre em nossa volta, no nosso nariz. Como cidadão, advogado, empresário e contribuinte tenho feito a minha parte, denunciando os mal feitos, criticando e sugerindo ações que melhorem a vida da nossa sociedade. Tenho procurado sempre ser protagonista, e esse comportamento tem me custado dissabores e percalços, inclusive profissionais, mas continuo através dos meios de comunicação disponíveis, cumprindo com o meu dever, fazendo a minha parte.
Estou a 11 anos, junto com meus Debatedores, diariamente, através do nosso “Nativa Debate”, das 18h às 19h, na Rádio Nativa AM 740, fazendo essa critica de tudo que sabemos ou tomamos conhecimento, de forma independente e imparcial.
Pois bem, instigado por ouvintes, leitores, amigos e parceiros do empresariado local, resolvi tentar voltar a atividade política candidatando-me a Vereador da nossa Cidade, função que já exerci de 1982 a 1988, período do qual guardo um sentimento de dever cumprido. Todos que me conhecem sabem dos meus compromissos com a transparência, com a defesa intransigente do bom uso dos recursos públicos e com o combate intermitente contra os malfeitos e os malfeitores.
“Dizer o que precisa ser dito e fazer o que precisa ser feito”, será meu slogan e com ele quero provar o quão danosa tem sido a “profissionalização” dos políticos, tornando-os, em muitos casos, comprometidos apenas com a sua reeleição e deixando de fiscalizar. Mal termina uma eleição e a preocupação já é com a próxima, com a manutenção de espaços e privilégios. Não é o meu caso, faço política porque gosto e me julgo preparado. Encaro a perspectiva de ser Vereador como uma procuração a ser honrada e com prazo determinado. Até o dia 7 de outubro, quando teremos encontro nas urnas eletrônicas da nossa Cidade. Volto a Folha Gaúcha e ao Nativa Debate, no dia seguinte. Até lá.
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.