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PAPAREIAS, SEBEIROS E A GEMINAÇÃO

quinta-feira, 26 de Abril de 2012 | 18:00

A Cidade do Rio Grande é o berço da civilização gaúcha, fundada que foi em 19 de fevereiro de 1737, pelo Brigadeiro José da Silva Paes, empresta o nome ao Estado, Rio Grande do Sul.

Pelotas, distante 56 km de Rio Grande, foi fundada 75 anos depois, pelo cearense José Pinto Martins, que instalou a primeira charqueada na região em 7 de abril de 1812, ao lado do Arroio Pelotas.

Pois bem, os tempos passaram e aí estão as duas respeitáveis senhoras cumprindo suas vocações, considerando suas localizações geográficas e potencialidades, e vivenciando no momento um excepcional desenvolvimento, particularmente, em função da implantação do Pólo Naval.

Historicamente, por motivações mais do que justificáveis e culturais à época, foi-se criando uma rivalidade entre as duas cidades que foi arrefecendo com o passar dos anos, nem no futebol, paixão nacional, se repete aquela atávica e até motivadora competição.

Riograndinos eram chamados, pejorativamente, de “papareias” pelos pelotenses, e estes denominados de “sebeiros”, pelos primeiros. As justificativas para os apelidos eram a existência de muito vento e areia, que persistem em Rio Grande, já os habitantes de Pelotas eram ridicularizados por uma atividade laboral existente desde as charqueadas, que era exercida por escravos pelos idos do século XIX.

Pelotas polarizou os interesses econômicos, sociais e culturais de uma dezena de municípios, firmando-se então na área de serviços. Rio Grande, além de ser o único porto marítimo do Estado, concentrou uma diversificada indústria, característica até hoje majoritária.

Pois bem, recentemente um Vereador de Pelotas levantou o tema da “rivalidade história” propondo que o fim desta beligerância devesse passar por uma Geminação, entre as duas cidades, proposta pelos legislativos e materializada, posteriormente, pelos executivos.

A intenção, embora simbólica, teve efeito contrário despertando manifestações públicas que reabrem antigas querelas, como visto na coluna Galho de Urtiga, edição de 24/04/2012, do Jornalista riograndino Pedro Arthur Valério.

Não existe nada de novo nesses processos de geminação entre cidades, particularmente na Europa, onde se constatam as diversificações entre parceiros, inclusive pelos continentes, potencializando-se atividades de desenvolvimento e de cooperação intermunicipal, dentro do espírito das convenções internacionais, como as existentes entre Pelotas com Aveiro e Rio Grande com Águeda, ambas, cidades portuguesas. A respeito, pouco proveito tiveram os geminados, demonstrando que intenção é muito pouco para esse tipo de integração.

Pessoalmente sou defensor ardoroso dessa integração, tendo base comercial das minhas atividades também em Pelotas, materializando esse compromisso. Entendo que as tratativas entre todos os agentes econômicos, políticos e sociais, já em curso, tem nos proporcionado parcerias significativas e resultados maravilhosos. Time que esta ganhando não se mexe, portanto, prossigamos com essa exitosa “união estável”, nada de papel, nada de oficialismo.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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TRANSPARÊNCIA SÓ PARA AMERICANO VER

quinta-feira, 19 de Abril de 2012 | 17:46

Todos nós estamos estupefatos com tantos e novos escândalos que são diariamente descortinados pelos órgãos de controle, Ministério Público e Polícia Federal, e divulgados à exaustão pelos meios de comunicação, inclusive, este espaço.

Agora, pasmem, a Presidente da República, Dilma Rousseff, determinou a suas Ministras Ideli “Lanchas da Pesca” Salvatti e Miriam “Viúva do Celso Daniel” Belchior, respectivamente, da Coordenação Política e Planejamento, que buscassem junto aos lideres dos partidos governistas apoio para aprovar um Projeto de Lei, que flexibilizaria, também, as obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.

É uma repetição da Lei Federal 12.462/2011, o Regime Diferenciado de Contratação, que foi aprovado com a argumentação de que seria um instrumento ágil e eficaz para as contratações dos eventos de impacto mundial que o Brasil organizará nos próximos anos, As Copas das Confederações, Mundial e Olimpíadas. Com muita polêmica e contestação passou, afinal havia pouco tempo para tantas obras.

O Procurador Geral da República, Dr. Roberto Gurgel, protocolou na oportunidade no Supremo Tribunal Federal a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4655, com trinta e cinco laudas de argumentações constitucionais contra o tal RDC, ainda sem julgamento no STF.

Convenhamos, a nossa Presidente esta aí, bombando no cenário internacional, sendo destacada como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo, pela revista TIME, e agora recentemente foi elogiada pela Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, como parceira ideal nesse esforço mundial contra a corrupção e na promoção da transparência na gestão pública, que está sendo buscado sob a liderança do Governo Americano.

Ora Senhora Dilma Rousseff, todos sabem que com a atual Lei das Licitações, a velha 8666, já acontecia e acontecem todas essas barbaridades, imagine flexibilizando-a, como é a sua proposta, a sua intenção? Afinal, qual a verdadeira Dilma, a que dois dias atrás assumia solenemente compromisso com a transparência ou a que hoje, na surdina, manda suas emissárias buscarem apoio para institucionalizar o desvio de recursos públicos, abrindo a porta para descontroles generalizados.

Poxa, aí estão sendo expostas as relações da DELTA, a gigante e preferida dos governos instalados na República, com todo o catalogo disponível em superfaturamentos, sobre preços, falsificações e irregularidades. Será que o compromisso da nossa Presidente com a comunidade internacional, através da Hillary Clinton, é só “para americano ver”, tal qual a Lei promulgada em 1831, por Dom Pedro II. Da larva do Regente Feijó, declarava livres todos os africanos desembarcados em portos brasileiros desde aquele ano, por pressão dos ingleses, dos quais éramos dependentes. No entanto, lá como agora, o sentimento que se apossa do colunista é de que a Presidente assumiu um compromisso com o qual não esta nem um pouco comprometida. Há 181 anos, foi cunhada a expressão “só para inglês ver”, utilizada desde então para definir compromissos e leis que só existem no papel, apenas para manter as aparências. Serão coincidências ou similaridades? A conclusão é de cada um dos leitores.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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