Constantemente sou perguntado sobre qual a minha opinião sobre as próximas eleições municipais aqui na cidade do Rio Grande, onde estaremos elegendo Prefeito Municipal e vinte e um Vereadores.
Antes de fazer as minhas considerações sobre o evento, devo expor aos leitores que não sou apolítico, menos desinteressado no processo, muito pelo contrário, apesar de comunicador e especialista em Direito Político pela Unisinos, me defino com político por vocação e compromisso cidadão, mais, sou filiado ao Partido Democratas.
Apesar de não reivindicar a condição de isento, procurarei fazer uma análise tendo como base circunstâncias e fatos do conhecimento da grande maioria das pessoas, as que procuram estar informadas.
Faltam pouco mais do que seis meses para as próximas eleições municipais, que se realizarão, em turno único, dia 7 de outubro de 2012, e o quadro hoje prenuncia uma disputa polarizada entre dois projetos políticos, liderados pelo atual Prefeito Fábio Branco, que vai a busca da reeleição, e o Deputado Estadual Alexandre Lindenmeyer.
Apesar de diversos partidos terem lançados candidatos ao paço municipal, todas as candidaturas têm como objetivo cacifarem-se para a indicação dos vices e espaços em futuros governos, como já se vislumbra em várias movimentações políticas.
O acréscimo do número de vereadores na futura composição da Câmara de Vereadores, dos atuais treze para vinte e um, é um dos componentes novos e significativos no processo, tendo em vista que importantes Partidos, hoje sem representação no parlamento municipal, terão chances concretas de retornar ao tabuleiro político local, como o Democratas, PSB, PP, e outros.
As composições políticas existentes para o Governo Federal e Estadual terão muito pouca influência na disputa municipal, ficando alguma alteração mais significativa por conta do PDT, PSB e PP, por hora alinhados com a atual administração, mas que já começam a receber pressões superiores em função de interesses partidários maiores.
“A política não é uma ciência exata, mas uma arte”, asseverou o Estadista alemão Otto Von Bismark, e a montagem desse mosaico, considerando todas essas nuances, exigirá dos protagonistas muita habilidade e descortino, já que as demandas que se apresentam são imensuráveis, considerando o atual estagio de desenvolvimento da Cidade. Essas composições e amarrações políticas, espera-se, deverão estar embasadas em projetos e programas, não simplesmente num loteamento de cargos, como se constata no Governo Federal.
Aí esta o quadro, esse é o cenário de hoje, o andar da carruagem é que acomodará as melancias, diz o ditado popular. Não obstante, poderão mudar radicalmente essa tendência a ocorrência de “fato novo”, surpreendente, como problema de registro, doença, escândalo, etc.
Demais é aguardar, intervir ou interagir, de acordo com a disposição de cada um, mas olhos no céu, pois o cenário político tem relação com as nuvens, são mutáveis e imprevisíveis.
A globalização nos impôs uma série de mudanças comportamentais, uma delas é a adoção de termos americanos, em inglês é óbvio, particularmente nos negócios. É chairman (presidente), commodity (mercadoria), leader (líder), business (negócios) etc. Portanto, temos que ir nos acostumando, copiando e decorando, para sermos efetivamente protagonistas em nossos negócios.
Dias atrás discutia, em um grupo de amigos, como devemos lidar com as nossas ambições, com esse desejo de querer crescer e prosperar, de proporcionar mais conforto aos nossos familiares, sem esquecer-se de administrar a nossa própria vida, dar atenção a saúde, ao lazer e as bem querências.
A diferença entre o remédio e o veneno é a dose, tudo de mais faz mal, inclusive a água. É preciso ter ambição, buscar uma história de sucesso, mas na medida certa, como algo propulsor. Exageradamente, como ocorre na maioria dos casos, pode levar a um comportamento compulsivo, com conseqüências irremediáveis.
Você já ouviu falar em Workaholic? É uma expressão americana que teve origem na palavra alcoholic (alcoólatra), serve para denotar uma pessoa viciada, não em álcool, mas em trabalho.
São aquelas pessoas que dedicam mais de 12 horas por dia ao trabalho, e acabam não aproveitando o fruto desse esforço, são compulsivos e utilizam os resultados alcançados como degraus para ir além, numa compulsão doentia, justificando a designação Workaholic
Defendo e proponho que entendamos os motivos que nos levam a trabalhar, que saibamos desfrutar daquilo que conquistamos. Hora do trabalho é hora do trabalho, notebook e celular devem estar a nosso serviço, não para nos escravizar. Trabalhar só tem um sentido: termos uma vida melhor hoje e não amanhã. O amanhã pode não chegar, por isso aproveite hoje.
Finalizando, para tornar o artigo ainda mais leve, palatável e descontraído, utilizo o “Poeminha sobre o trabalho”, do impagável Millôr Fernandes:
“Chego sempre à hora certa,
Contam comigo não falho,
Pois adoro o meu emprego
O que odeio é o trabalho.”
Alberto Amaral Alfaro
natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.