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O BARÃO DE ITARARÉ E O PANTEÃO RIO-GRANDINO

quinta-feira, 01 de Março de 2012 | 16:13

Não importa o nome que se vá dar ao monumento que estou propondo, se panteão, cenotáfio ou memorial, o importante é que a Cidade Histórica do Rio Grande, que acaba de completar 275 anos de fundação, materialize e eternize a gratidão e o reconhecimento a todos os seus filhos ilustres.

“Povo que não tem memória, não tem história” nossa história é belíssima com expoentes em todas as áreas, inclusive heróis nacionais, como o Almirante Tamandaré e Marcilio Dias. Com relação à cultura temos homens e mulheres brilhantes, que devem ser eternamente lembrados.

Ao redor do mundo temos construções que guardam a história como os panteões de Paris e Roma, este construído em 27 a.C., monumentos considerados patrimônios universais, atrações turísticas pela beleza e conteúdo histórico que conservam e expõe.

Esta proposta, que pretendo levar adiante com a parceria de outros segmentos da sociedade papareia, aflorou dias atrás quando retomei pesquisa sobre um ilustre conterrâneo, do qual sou fã incondicional e sobre quem pouco ou nada se fala em nossa Cidade. Praticamente despercebido pela juventude e sem nenhuma homenagem mais significativa por parte dos seus concidadãos, em reconhecimento a sua bela obra, o “Barão de Itararé” precisa ser resgatado.

Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, conhecido nacionalmente com “Apporelly” ou “Barão de Itararé”, pseudônimos que usava, nasceu em Rio Grande no dia 29 de janeiro de 1895, vindo a falecer no Rio de Janeiro em 27 de novembro de 1971. Na cidade maravilhosa, que escolheu como sua, desenvolveu, com seu incomparável talento e verve bem humorada suas atividades de jornalista e escritor, lutando contra as injustiças e a corrupção, como pioneiro no humorismo político brasileiro.

Criou os jornais alternativos “A Manha” e “Almanhaque”, onde ironizava as elites e criticava a exploração do povo. Militante político do PCB enfrentou governos autoritários, o que lhe custou perseguições e prisões. Foi eleito vereador do Rio de Janeiro em 1946, com o irreverente slogan: “Mais leite, mais água e menos água no leite”. Após a Revolução ou Golpe de 1964, novamente passou por grandes privações, mas manteve a sua máxima: “Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra”. Para corroborar ainda mais o que estou relatando, registro o que disse dele o grande Jorge Amado: “Mais de que um pseudônimo, o Barão de Itararé foi um personagem vivo e atuante, uma espécie de Dom Quixote nacional, malandro, generoso e gozador a lutar contra as mazelas e os mal feitos”.

Em 1985, a Editora Record publicou em livro, sob o titulo de “Máximas e Mínimas do Barão de Itararé”, uma seleção de textos de humor, organizada por Afonso Félix de Souza, que alcançou quatro edições no mesmo ano. Já em 14 de agosto de 2011, o Programa De lá prá cá, da TV Brasil, relembrou a vida e obra do Barão de Itararé. Mais recentemente, diversos ativistas e movimentos sociais comprometidos com a democratização da mídia no Brasil, influenciados pelo legado de Apporelly, criaram o “Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé”, que eterniza numa organização viva e participativa, todo o legado intelectual e cidadão do grande riograndino. Agora é conosco, mãos a obra.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A GAGUEIRA E O (IN) SUCESSO

quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2012 | 17:35

Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência, cerca de 5% da população brasileira gagueja, ou seja, 9,5 milhões de brasileiros sofrem de disfemia ou disfluência, que é a repetição ou prolongamento involuntário dos sons.

As causas do problema ainda não estão totalmente esclarecidas, podem ser genéticas, afásicas ou orgânicas, em caso de partos muito demorados ou com utilizações de fórceps, em contrapartida são cada vez maiores e mais sofisticados os tratamentos que já curam ou amenizam o sofrimento das pessoas portadoras dessa deficiência.

Dentre outros, me parece que o maior problema dos gagos seja o preconceito, já que muitos se queixam das gozações de que são alvo e de terem a sua disfluência associada de forma negativa a aspectos de sua capacidade profissional e intelectual.

Pessoalmente, assumido como portador de dificuldade de expressão, maneira auto defensiva que encontro para definir a minha “gagueira controlada”, administro com humor a situação e a utilizo como marketing pessoal, apontando a minha condição de radialista, com programa diário, onde sempre que posso, sem praticar bullyng, gozo dos gagos e incentivo-os a buscar tratamento, colocando-me como case de sucesso, encorajando-os a falar.

Historicamente temos inúmeros casos interessantes de gagos que conseguiram superar a deficiência e tornaram-se grandes oradores, o primeiro deles, com registros sobre o problema na Bíblia e no Alcorão, foi Moisés, o maior de todos os profetas, que goza até hoje de reputação e prestígio nas três religiões monoteístas no mundo, o Islamismo, o Judaísmo e o Cristianismo.

Aristóteles, Charles Darwin, Napoleão Bonaparte, Machado de Assis, Marilyn Monroe e Nelson Gonçalves, entre outros, tiveram sucesso em suas atividades a despeito da gagueira. Nelson Gonçalves, por exemplo, foi um dos maiores cantores brasileiros, tendo vendido mais de 78 milhões de discos, sendo premiado com 38 discos de ouro e 20 de platina. Conviveu, contrariado, até a sua morte com o apelido de “matraca”, alusão ao modo que se expressava, bem diferente do que quando cantava.

No passado, a gagueira era entendida como um fenômeno de natureza psicológica que não tinha tratamento. Vejam que no Brasil só em 1960 começaram a tratar as diversas manifestações da doença, até então, quando muito, a pessoa era encaminhada a terapia, que podia deixá-la mais ajustada, mas continuava gaga, se não tratasse as tensões.

Considero que a disciplina e a perseverança, aliadas a uma grande força de vontade, são as ferramentas capazes de transformar uma tendência de insucesso e fracasso no sucesso. O Príncipe Alberto, por coincidência meu homônimo, é o exemplo mais contundente para a relação que pretendi traçar neste artigo, herdeiro do trono inglês quase desistiu em função da sua gagueira. Essa verdadeira saga do Rei Jorge VI, transformada no filme “O Discurso do Rei”, consagrado com quatro estatuetas do Oscar, pela Academia de Cinema de Hollywood, é um bom exemplo a ser seguido.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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