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Diário

Rolezinho no Palácio do Planalto!... Nos Ministérios!... Quem sabe?...

quinta-feira, 23 de Janeiro de 2014 | 16:34

Todos somos unânimes em reconhecer o avanço que as redes sociais possibilitaram a universalização e democratização das informações e do conhecimento. Não obstante, a falta de uma legislação internacional que discipline com rigorismo a má utilização dessas poderosas ferramentas, torna a cidadania refém de todo o tipo de organização, interesse ou crime.

A bola da vez, o modismo é o Rolezinho, convocação feita através das redes sociais para que jovens reúnam-se em horários pré agendados em shoppings centers ou centros comerciais, sem uma finalidade especifica aparente, o que de per si já é perigoso. Como diz o velho ditado: “O ócio e a ferramenta do diabo”, portanto, quem não tem o que fazer fique em casa. Lembro que na minha juventude “dar um role” era dar um passeio, uma volta ou um giro a pé ou de carro, com um ou dois amigos, também sem um objetivo definido, o que às vezes teve como conseqüência a ida a algum lugar não recomendável, quase sempre prenúncio de confusão. Potencializem isso, reunir dezenas, às vezes centenas de jovens, convocados a invadir qualquer espaço público ou privado, é uma insanidade, uma irresponsabilidade monumental, com conseqüências imprevisíveis.

Três segmentos, como sempre, arvoraram-se na defesa dessas balburdias, dessas turbas que já causaram inúmeros prejuízos a comerciantes e também a consumidores, cada um com suas justificativas e todos com um viés notadamente ideológico. Os Movimentos Sociais acusam os Shoppings de “apartheid”, mais uma vez criando uma luta de classes que não existe e o que é pior demonizando a atividade empresarial. Espertamente, um tal Instituto de Pesquisa Data Popular, até o nome é caricato tentado confundir-se com o consagrado Datafolha, tenta enganar a opinião pública criando números fantasmagóricos, que recriminam e menosprezam o Empresariado frisando que os mesmos estariam ignorando o potencial de consumo da Classe “C” ao proibir os tais Rolezinhos. Que estariam abrindo mão de R$-129 milhões, suposto potencial desses jovens, que na imaginação do Data Popular representariam muito mais que o consumo das Classes “A”, “B” e “D”, somadas. Que delírio! Tudo isso com o intuito de provocar, mais uma vez confronto de classes, tipo ricos X pobres, clara tentativa de ideologização do consumo. Por último, não poderia faltar, um alto prócer do petismo raivoso, mas dissimulado, o Secretário Geral da Presidência Gilberto Carvalho, aquele da República de Ribeirão Preto, propor na mesa de entrada do gabinete da Presidente Dilma Rouseff, que: “Precisamos criar alguma convivência com o Rolezinho”.

No meio de tanta desfaçatez cabe um esclarecimento aos que porventura nunca tenham ido a um shopping Center ou Centro Comercial. Esses estabelecimentos, embora de propriedade privada, jamais cobraram qualquer tipo de entrada ou constrangeram alguma pessoas a algum consumo mínimo obrigatório ou limitação de qualquer espécie para o livre acesso e circulação. Daí ser totalmente descabida a permissão da veiculação dessas convocações e pior a omissão do Estado ao não dar segurança aos que estão trabalhando, passeando ou fazendo compras de forma civilizada e tranqüila. Minha querida Mãe, Alfa Amaral Alfaro, vinda de Santa Vitória do Palmar, e que nos deixou semana passada, diria no seu sotaque mergulhão: “Quem pariu que o embale”. Eureka! Que tal um Rolesinho no Palácio do Planalto? Ou nos Ministérios? Quem sabe.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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As carroças, a mobilidade urbana e o respeito aos animais

quinta-feira, 09 de Janeiro de 2014 | 18:31

Com o aumento absurdo do número de automóveis, motocicletas e bicicletas circulando nos centros urbanos brasileiros, já deveriam estar mais adiantadas as alternativas para uma melhor resolução dos graves problemas de mobilidade que afligem e colocam em risco a vida das pessoas.

Ciclovias, redefinição de fluxos e até rodízio de placas já estão sendo adotados em algumas cidades, até um Ministério foi criado em âmbito federal, o das Cidades, que tem como objetivo promover políticas de transportes e mobilidade urbana.

Aqui na nossa cidade do Rio Grande, fundada em 1737 pelo Brigadeiro José da Silva Paes, os problemas para a implantação de qualquer nova concepção de planejamento urbano e viário são praticamente intransponíveis, por essa condição histórica, considerando-se que há 277 anos as demandas e conceitos, por óbvio, eram outros.

Proponho neste artigo que tratemos de um tema até então ausente das pautas municipais: a circulação de veículos movidos por tração animal, as conhecidas carroças. Reconheço o valor histórico e cultural do referido transporte, mas está mais do que comprovado que o mesmo, além de ser um complicador no tumultuado trânsito da cidade, causa insegurança pela inexistência de qualquer norma para circulação e até, pasmem, para pilotagem. Observo diariamente que muitas das carroças são conduzidas por crianças, sem qualquer conhecimento de regras de trânsito, menos de trato com os animais.

Na realidade, o uso de tração animal e humana é medieval. Salvo algumas situações culturais e turísticas, e, pontualmente nas regiões rurais, é algo totalmente ultrapassado. Não é por nada que tudo que é atrasado e obsoleto é chamado de carroça. Imagino as dificuldades para se mexer numa situação tão arraigada na cultura e principalmente por servir de único meio de sobrevivência a centenas de pessoas. Paciência, quem se propõe a ser prefeito ou vereador de um município deve estar compromissado e preparado para buscar e propor saídas para todas as questões de interesse público, independente dos reflexos eleitorais, portanto, aí está a questão.

É inexorável o enfrentamento desse assunto dentro das concepções atuais e universais que asseguram direitos aos animais. Vejam, os cavalos ou burros explorados em veículos de tração são obrigados a trabalhar sem período de descanso ao longo do dia por meio de instrumento de tortura, como chicotes e pedaços de pau, que são usados cada vez que o animal interrompe seu trajeto por estar exausto, ou simplesmente quando não obedece às ordens de seu tutor. Pelo trabalho pesado e ininterrupto, estes animais estão fadados a sofrer desnutrição, desidratação, doenças pulmonares (devido à fumaça proveniente dos automóveis que respiram), doenças da pele, ferimentos espalhados por cada canto do corpo, além do desgaste dos cascos devido ao atrito com os calçamentos de pedra e asfalto.

A proposta não tem nada de revolucionário, como repito à exaustão, é só observarmos o que vem sendo feito pelo mundo afora nesse sentido. Sugiro, como exemplo, o que foi feito em Bogotá/Colômbia, onde foram retiradas das ruas todas as 2.500 carroças existentes, em dois anos. O plano de negócios, subsidiado pelo governo, além de propor treinamento e encaminhamento a outras atividades aos condutores, disponibiliza algo em torno de 21 mil reais que possibilita a aquisição de um “Cavalo de Lata”, veiculo elétrico, que é carregado com energia solar, tem 60km de autonomia e exige um gasto médio de R$0,03 por quilômetro percorrido, além de não emitir resíduos tóxicos para a atmosfera. Os cavalos, depois de resgatados, ficam aos cuidados da Universidade de Ciências Aplicadas e Ambientais. Vamos começar a tratar disso ou deixaremos que ele chegue a condições insuportáveis? A decisão é de todos nós.

 


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Eder Rabello Nunes, o Filósofo do Concretismo e o Reveillon de 2014.

quinta-feira, 02 de Janeiro de 2014 | 12:21

Neste 31 de dezembro de 2013, tenho compromisso de coluna com o meu WWW.blogdoalfaro.com.br e com a Folha Gaúcha, e todos que escrevem desejam sair do lugar comum dos textos de finais de ano, que geralmente tratam de: Retrospectiva; Os melhores do Ano; Perspectivas, etc. Idealizei inicialmente uma crônica tendo como base o discurso da Presidente Dilma Rousseff, onde Ela tangenciou espertamente todas as crises que enfrentamos, tratando-as como: “alguns problemas localizados, já equilibrados que garantem a tranqüilidade do planejamento das famílias e das empresas”, desisti para não comprometer o meu fígado e os dos que me lêem.

No final da manhã na nossa Empresa, na tradicional troca de cumprimentos, fui surpreendido com votos até então nunca recebidos, nosso Gerente Comercial e Amigo, Eder Rabello Nunes, desejou-me que tivesse felicidades nos “Três S’s”. A única expressão parecida que havia experimentado na minha vida até então eram os “Cinco S’s” que adotávamos nos cursos e treinamentos do SENAI, reproduzindo o que os programas de qualidade japoneses preconizavam, desde a década de 50. Não era, tratava-se de uma tirada, de uma criação no querido colega de trabalho, muito, prático, objetivo e também muito espirituoso, qualidades fundamentais para que os executivos tenham sucesso. Pois bem, aí veio a explicação sobre os tais Três S’s: “Saúde, Sexo e $”, argumentando de forma firme e convicta de que se esses três aspectos estiverem equilibrados e resolvidos, todo o resto de problemas que aparecerem são fichinha, encontrarão um individuo pronto a enfrentá-los e vencê-los com disposição e energia. Em contrapartida, qualquer situação de desequilíbrio em algum dos itens apontados é infelicidade e desestruturação física e emocional na certa.

Este desafronto do Eder em pensar e propor é característica básica aos que querem ser protagonistas, aos que querem dar um sentido maior a difícil arte de viver. Vejam, até na definição do seu nome após o casamento com Sabine, inovaram, Ele assumiu o Nunes dela, e Ela assumiu o Rabello dele, ficaram: Sabine Abel Nunes Rabello e Eder de Oliveira Rabello Nunes.

Portanto, ao denominá-lo de “Filósofo do Concretismo”, movimento de vanguarda surgido na Europa em 1945, que defendia a racionalidade e rejeitava o acaso e a abstração lírica e aleatória, desejo estar homenageando ao Eder e a todos que repudiam a mesmice e que valorosamente se atrevem a criar. Desejo que o Reveillon seja de encontro, amor e paz, e que 2014 seja repleto de novos e bons motivos para viver.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Vizinhança: Instituição milenar que precisa ser conservada e aperfeiçoada

segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013 | 12:39

Minha mãe ensinou-nos que deveríamos respeitar e procurar manter laços indissolúveis e sinceros com os nossos vizinhos. Ela e meu Pai, vindos da longínqua Santa Vitória do Palmar, pobres e sem parentes por perto, cultivaram por uma vida inteira a verdadeira política de boa vizinhança. Desde o empréstimo de algum gênero alimentício em falta até a busca por uma orientação ou socorro em caso de doença era sempre resolvido com a inestimável presteza e solicitude de um vizinho. Uma reciprocidade que consolidou amizades que perduram até hoje, sucedendo-se por anos a fio através de filhos e netos.

Tenho me ocupado nos últimos escritos com temas polêmicos, em função das comemorações natalinas, que sempre têm o condão de nos deixar mais sensíveis e contemplativos, resolvi tratar desta relação que é muito cara para mim e traz lembranças guardadas no mais recôndito lugar do meu ser, que é o meu coração. Até hoje, no prédio onde resido e nos locais onde exerço atividades profissionais procuro desenvolver sentimentos de respeito, tolerância e educação aos que dividem ruas e ambientes próximos aos meus.

Tal quais os parentes, não dá para se escolher os vizinhos, a compensação é que para estes há alternativa. Prefiro os vizinhos indesejados aos parentes com a mesma classificação, pois para os primeiros ainda temos a solução da mudança de residência, quanto aos consanguíneos não existe remédio, só o afastamento, mas permanecem indeléveis na condição de parentes.

Em dezembro de 1990, em Paris, um grupo de amigos resolveu promover uma festa para aproximar e reunir imigrantes e pessoas que estivessem abertas a aceitar novas amizades e combater a solidão e o isolamento, muito comuns nas grandes metrópoles. O primeiro encontro da auto denominada Associação Amigos de Paris foi marcado para o dia 23 do mesmo mês, oportunidade que conseguiram reunir pouco mais do que dez pessoas. E assim continuaram a mobilização que nove anos depois já havia tomado corpo e conseguiu reunir num evento mais de 800 vizinhos para comemorar o já instituído “Dia do Vizinho”.

Legal que essa verdadeira instituição, reconhecida e preservada através dos tempos, ganhe uma comemoração especial, oportunidade impar para que homenageássemos todos os nossos queridos vizinhos.

Finalizando, entendemos ser oportuno repassar algumas dicas de boa vizinhança que poderão garantir uma boa convivência entre pessoas de diversas procedências e diferentes nos seus gostos e hábitos. Discipline o barulho em todas as situações, nunca se atribua intimidade, exercite à exaustão o princípio da empatia e seja educado, pessoas educadas nunca incomodam ninguém. Um abraço carinhoso a todos os meus vizinhos!

Alfaro é advogado, empresário, comunicador e corretor de imóveis.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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A construção vertical no Cassino e o “Complexo de Vira-Lata”

sexta-feira, 20 de Dezembro de 2013 | 12:05

O centenário Balneário do Cassino sempre se caracterizou por peculiaridades especialíssimas, que continuamente causam surpresa aos que por aqui passam. Uma delas é o fato de as pessoas residirem no centro da cidade e possuírem casas de veraneio a apenas 18 km de distância. Muitos entendem que é um desperdício, considerando ainda o fato de dispormos de 200 km de costa exclusiva, onde podemos estacionar o carro ao lado da praia.

Essas condições fizeram com que o Cassino nunca fosse prioridade às administrações municipais, até os veranistas questionavam há pouco tempo a pavimentação das ruas, que na opinião deles descaracterizava o ambiente natural e mexia com o aspecto bucólico do tradicional bairro.

A falta de uma política habitacional nas três esferas de governo refletiu no Cassino, fez com que passasse a ter mais moradores do que veranistas, o que, no meu entendimento define a nova vocação do bairro e acelera como ocorreram décadas atrás em outras cidades litorâneas, mudanças na concepção original urbanística.

Pois bem, a globalização e o progresso aceleram os processos, chegou a vez do nosso Cassino, como já vem ocorrendo também no centro da Cidade. Respeito a opinião dos que querem o balneário exatamente com está, mas vivemos num País democrático onde a livre iniciativa, respeitadas as legislações vigentes, decide, conforme o mercado e os seus interesses, onde e como farão seus investimentos.

Não se pode ideologizar, como insistem alguns, o desenvolvimento. Buscar argumentos do tipo: “é coisa para rico...” ou, “o que precisamos são moradias populares...”, são escapismos odiosos, que ao contrário do que preconiza o Governo Federal, criam um ambiente de constrangimento deplorável aos empresários e investidores em geral. Imaginem que, numa conta rápida, os investimentos propostos garantem a contrapartida de mais de R$1,2 milhão, além da perspectiva da arrecadação anual de R$3,6 milhões em ITBI, R$ 720 mil em ISQN e R$1,2 milhão em IPTU. Cabe, portanto, aos governos criar políticas e programas que oportunizem a todos, em especial aos mais pobres, obterem a sua casa própria. Não obstante, registramos que na maioria dessas iniciativas os governos têm contato com a parceria da iniciativa privada.

O Plano Diretor do Município do Rio Grande, em consonância com o que preconiza o Estatuto das Cidades, define que os possíveis impactos negativos advindos dos empreendimentos serão mitigados através de medidas compensatórias que apresentem resultados abrangentes para toda a coletividade, isto é o que realmente importa. O resto, garantindo o direito universal do contraditório, é fruto de um atávico “complexo de vira-lata”, como tão bem definiu o imortal Nelson Rodrigues a situações análogas.


Escrito por Alberto Amaral Alfaro

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Alberto Amaral Alfaro

natural de Rio Grande – RS, advogado, empresário, corretor de imóveis, radialista e blogueiro.

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